Opinião

Opinião – José Richard


02/08/2024 - Edição 2209

Algumas pessoas reclamam, através de mensagens para o jornal, que muitas árvores da Ilha do Govenador demoram para serem podadas e trazem desconfortos, desde ter galhos entrando pelas janelas dos apartamentos, e raízes, principalmente das amendoeiras, invadindo o quintal das casas, pisos de quartos e salas.  

Temos relatos de moradores cujas raízes de árvores penetraram na cisterna de água e tomaram conta. Sem culpa, provocaram rachaduras e vazamentos, além do consequente aumento na conta de água durante meses. E demora para que o dono da casa perceba que a perda de água se dá por vazamento na cisterna onde algumas raízes resolveram penetrar. A descoberta acontece, normalmente por acaso, quando um dia alguém dá uma olhada na cisterna. 

A árvore não tem culpa. É da sua natureza as raízes, principalmente das amendoeiras, se espalharem horizontalmente pela terra, e com força de gigantes provocam danos em pisos e paredes em busca de terra fértil e água. Trazem prejuízos involuntários, mas proporcionam beleza ao paisagismo e oferecem sombras generosas.  

Por outro lado, as árvores das calçadas e parques precisam ser podadas. Tipo anualmente. A responsabilidade cabe à Comlurb, ou Light - quando envolve fiação de alta tensão entre os galhos. Entretanto, por absoluta falta de planejamento as podas demoram e os galhos acabam gerando curtos-circuitos, sobretudo durante as ventanias.  

Além disso, galhos e folhas ficam abandonadas sobre as calçadas durante dias e as vezes semanas, a espera de serem recolhidas. Ficam secos e as folhas se espalham pelas ruas, provocando entupimento de ralos e galerias pluviais. Sem culpa das árvores. 

Ninguém consegue entender por que quando esses órgãos fazem a poda dos galhos, não os colocam imediatamente em caminhões para evitar os transtornos que geram. Tipo uma ação planejada e completa. Cortam os galhos e no lugar de colocar na calçada, onde atrapalham a vida dos pedestres – já ouvi casos de pessoas escorregarem nas folhas que ficam no chão – e podem causar acidentes e quedas. 

Será que é tão difícil concentrar ações conjuntas? Ou os galhos só podem, propositadamente, serem recolhidos depois? Não há lógica nem bom senso nisso. Então falta à Comlurb e Light estabelecerem protocolos para recolher das ruas os galhos logo após o momento em que são podados. Simples assim!