Opinião

Opinião – José Richard


14/06/2024 - Edição 2202

É importante não esquecer que as ações de resgate durante e após as chuvas que destruíram a maior parte das áreas habitáveis, plantações, fábricas e instituições de saúde ou de ensino das cidades do interior do estado do Rio Grande do Sul, entre outras atividades estruturadas nas cidades ou nos campos, revelaram o alto comprometimento dos agentes da Defesa Civil e Bombeiros, incluindo também os milhares de voluntários salvando pessoas e animais. 

Embora incalculável o número de animais que foram arrastados pelas correntezas dos rios ou que morreram submersos encurralados nas casas, no pasto ou em suas cocheiras e galinheiros, é bom saber das notícias dos milhares que foram resgatados. O cavalo Caramelo é incontestável o principal símbolo da tragédia dos animais e salvo pelos bombeiros dois dias após ficar imóvel no telhado de um galpão.  

A destruição provocada pelas enchentes matou mais de 170 pessoas – ainda há dezenas de desaparecidos – e deixou a maioria dos gaúchos numa situação desesperadora e de absoluta calamidade, sem saber o rumo para a reconstrução das suas vidas, sem casa, sem dinheiro, sem emprego e nenhuma perspectiva, pois muitas empresas, bares, restaurantes, mercados, colégios e hospitais, entre outras atividades produtivas e de amparo simplesmente desapareceram do mapa. Desapareceram pra sempre prédios e pessoas. 

Acho que continua forte e à altura de um povo solidário a demonstração de apoio e doações de brasileiros de todos os cantos, inclusive e sobretudo dos habitantes da Ilha do Governador, unidos à ação dos militares da FAB, que contou com a coordenação do comando e militares da Base Aérea do Galeão.  

O povo gaúcho e as terras do Sul vão se recuperar, mas essa tragédia marcará o mês de maio deste ano como o pior momento da história do Rio Grande do Sul e de muitos brasileiros.