Opinião

Opinião - José Richard


24/05/2024 - Edição 2199

Luz e água. O apagão no fornecimento de energia no início da tarde do dia 12 de janeiro e a dificuldade quase permanente no abastecimento de água para diversos bairros da região são preocupações que provocam prejuízos graves à população e empresas da Ilha do Governador, uma das mais importantes regiões da cidade do Rio de Janeiro. 

A Ilha tem porte de uma cidade média, considerando a sua população de mais de 250 mil habitantes, além de ser importante geradora de impostos através das suas atividades produtivas nos três principais setores – indústria, comércio e serviços – e o complexo aeroviário do Galeão. Precisa, portanto, ter a garantia que os serviços públicos funcionem normalmente, sem surpresas inexplicáveis e que trazem graves prejuízos a moradores e empresas da região. 

Depois do apagão que parou a Ilha em janeiro, a Light argumentou que as suas redes elétricas que atendiam a região estavam ultrapassadas e precisariam ser substituídas ou reforçadas por equipamentos mais modernos e robustos. Os prejuízos do apagão e de uma série de outras instabilidades de energia geraram incalculáveis prejuízos, sobretudo aos negócios que tentavam se recuperar dos problemas provocados pela pandemia da Covid 19. 

A distribuidora de energia comunicou, na época, que a instabilidade se estenderia por mais dez meses. Colocou dezenas de geradores nas ruas e começou obras na Estrada do Galeão para reforçar o fornecimento de energia com atraso de pelo menos duas décadas e sem a garantia que o problema estará resolvido. 

O problema de abastecimento de água e tratamento de esgoto é semelhante. Constantemente falta água nas partes mais altas em diversos bairros da Ilha por absoluta falta de pressão. A Águas do Rio, empresa responsável pela distribuição, ainda não informou como e quando vai resolver o problema. Atualmente resolve com carros pipa.  

Diferente absurdo é o tratamento de esgotos. No Tauá, temos uma excelente estação para tratamento de esgotos que recebe apenas cerca de 30% da sua capacidade, simplesmente porque não chega lá os outros 70% dos esgotos. Absurdamente são despejados em diversos pontos da orla da Ilha, por extravasores ou redes que, incrivelmente não são ligadas na Estação de Tratamento do Tauá. Dane-se o meio ambiente, é isso? 

Não dá para entender!