04/12/2020 - Edição 2018
Os números de casos confirmados da Covid-19 seguem crescendo vertiginosamente na região. A tendência neste momento é de crescimento da doença em relação ao número de contaminados ativos levando em consideração a variação da média móvel da região, que aumenta a cada semana. Na semana passada, 132 novos casos haviam sido registrados. Nesta semana, este número chegou a 161, equivalente a um aumento percentual de 22%. Os leitos de internação e enfermaria estão escassos em hospitais particulares da região e, em alguns, chega a faltar testes da Covid-19 a serem feitos tamanha a demanda nas últimas semanas.
Essa gravidade se repete em toda a cidade. Diante disso, nesta semana, o Grupo de Trabalho Multidisciplinar para o Enfrentamento da Covid-19 da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) lançou nota técnica de quatro páginas enfatizando o momento grave de controle da doença no município. A UFRJ alega que a flexibilização das medidas de segurança aplicadas, como a reabertura de praias, além de festas e da superlotação dos transportes públicos, é o principal motivo apontado para este aumento sustentado da curva de casos que houve em novembro.
— O que observamos agora é um acúmulo de atitudes. Independentemente de curva, as medidas de flexibilização foram sendo aumentadas e a população passou a relaxar com as medidas de segurança pessoal também. São oito meses e parte da população está cansada. Essa sensação de ter aprendido a lidar com a doença é falsa. Ainda temos muito o que aprender. As autoridades têm que aumentar, principalmente, a oferta dos meios de transporte. Desde o início da pandemia, seguem lotados. Mesmo que usem máscara, uma pessoa em centímetros da outra não está protegida — ressalta o professor da Faculdade de Medicina e coordenador do Grupo de Trabalho da UFRJ, Roberto Medronho.
Os especialistas da UFRJ sugeriram uma série de iniciativas para tentar controlar a nova onda, como a abertura imediata de novos leitos de enfermaria e UTI, recontratação de profissionais de saúde, ampla realização de testes PCR, suspensão de eventos presenciais, como festas e praias. Isso precisa ser feito, segundo a instituição, para evitar um novo lockdown.
A Fiocruz, na mesma linha da UFRJ, também lançou uma nota técnica, cujo conteúdo é bem direto e afirma que o Rio passa por “Um quadro de desassistência geral, que não se restringe aos hospitais, mas também à rede de atenção primária”. Na Ilha, algumas clínicas da família e policlínicas passam por esse quadro de desassistência, principalmente pelo volume de atendimento diário, que aumentou nas últimas semanas.
Taxa de ocupação de leitos cresce e preocupa equipes médicas do Evandro e Fundão
Após três meses de queda ou estabilidade números voltam a crescer
Número de novos casos estabilizou e ocupação de leitos é baixa