Opinião

Opinião - José Richard


04/08/2023 - Edição 2157

Essa questão do transporte público na Ilha do Governador é um problema que hoje e sempre afetou a vida da maioria dos insulanos. Não apenas porque vivemos numa ilha, mas também pelas questões geográficas da região com muitos morros. Essa estrutura territorial não facilita o planejamento de fluxos viários mais rápidos, diante dos contornos que precisam ser feitos para desviar das elevações e dos limites laterais estabelecidos pelas orlas marítimas. 

A falta de integração entre barcas, ônibus, vans e cabritinhos também prejudica os passageiros e tornam a vida dos moradores mais complicada, sobretudo quando dependem de condução para os deslocamentos dentro da própria região. Para a maioria, ir ao mercado, consulta médica, escola, trabalho e até mesmo às principais áreas de lazer é complicado para quem mora em alguns dos 14 bairros da região. 

Além disso, não existem linhas circulares. Somente ponto a ponto. E, muitas vezes, acredite, o passageiro precisa pegar duas conduções ou mais, para ir de um bairro a outro. Quem mora em Tubiacanga, um acolhedor bairro da Ilha, localizado ao lado da pista de pousos e decolagens do aeroporto, sofre com isso. E pior, é mínima a frota para transportar diariamente os moradores. Até para entrar ou sair da região. 

Teve tempo que tínhamos um transporte bucólico que utilizava uns ônibus abertos chamados de jardineiras e cujo trajeto era agradável e passava algumas orlas. Antes, bem antes, lá pela década de 50, os bondes faziam com eficiência o transporte de passageiros entre Cocotá, Freguesia e Ribeira. É claro que a população da Ilha do Governador era bem menor e o tempo passava mais devagar. Mas os saudosistas garantem que funcionavam bem. 

Hoje ninguém mais tem tempo para nada. O mundo e a Ilha mudaram.  Atualmente, a população da Ilha que é de cerca de 300 mil habitantes, clama para ter os benefícios da modernidade e automação aplicados no sistema de transporte urbano e reclama dos ônibus velhos que circulam sem conforto, segurança e tranquilidade aos passageiros insulanos.