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Ilha chega a 12 mil casos da Covid-19

Estudo da Fiocruz sugere adiamento no plano de retomada gradual das atividades


03/09/2021 - Edição 2057

Idosos de abrigos da Ilha começaram a se vacinar com a dose de reforço contra a Covid-19 nesta semana
Idosos de abrigos da Ilha começaram a se vacinar com a dose de reforço contra a Covid-19 nesta semana

A Ilha do Governador atingiu a triste marca de 12 mil casos da Covid-19 desde o início da pandemia em março de 2020. Já em número de óbitos chegou a 980 pessoas. Esta semana, a prefeitura do Rio notificou mais 213 novos infectados na região, número abaixo da semana passada, mas que ainda requer atenção pelo fato da intensa movimentação de atendimentos de emergências no Hospital Evandro Freire, unidade pública de referência da Ilha.  

Um estudo divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), na terça (31), acendeu mais uma vez um sinal de alerta para toda capital, já que neste momento o Rio segue em direção contrária do cenário da pandemia em todo Brasil, que é de queda.  

De acordo com o estudo, a região possui uma dinâmica econômica e social de alta conectividade com outros centros urbanos, além de ter uma das maiores concentrações de aglomerados do país. Isso favorece a disseminação. O aumento dos casos é o indicador mais sensível, porque pode ser considerado um prenúncio do aumento de outros indicadores, como hospitalizações, taxa de ocupação de leitos e óbitos. O momento é, portanto, de alerta dizem os pesquisadores da Fundação, que sugere o adiamento, do início do plano de retomada gradual das atividades.   

Uma das alternativas para frear o número de casos criadas pela Secretaria Municipal de Saúde, é em relação ao chamado “passaporte de vacina”. A ideia é que o cidadão precise necessariamente mostrar o calendário vacinal para entrar em espaços públicos, comprovando está protegido por ao menos uma dose da vacina. A partir do dia 15 de setembro, esta medida será obrigatória. A maior preocupação ainda segue sendo a variante Delta, que em estudos feitos pela Rede Corona-Ômica, já representa 86% dos casos da Covid-19.  

— A gente precisa ampliar nossa capacidade de vacinação e cobertura, além de aplicar uma dose de reforço nos idosos, porque a proteção deles quase foi para o espaço com esta variante. Estamos vendo uma proteção parcial dos idosos. A gente, é claro, está sentindo estabilidade nos casos graves, mas não no número de casos. E isso requer sim muita atenção — disse o infectologista Alberto Chebabo, diretor da Divisão Médica do Hospital do Fundão.