Opinião

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Na terça, dia 27, a população da Ilha do Governador sofreu por cerca de três horas com um mega congestionamento que se estendeu da entrada da Ilha até o relógio do Cacuia e por outras vias importantes paralisando muitas atividades que dependem do deslocamento de pessoas. Ou seja, quase tudo.


30/11/2018 - Edição 1913

Na terça, dia 27, a população da Ilha do Governador sofreu por cerca de três horas com um mega congestionamento que se estendeu da entrada da Ilha até o relógio do Cacuia e por outras vias importantes paralisando muitas atividades que dependem do deslocamento de pessoas. Ou seja, quase tudo. A população de uma região, como a Ilha, que é maior do que muitas cidades – com cerca de 300 mil habitantes, não merece ficar por horas aprisionada nos ônibus, vans e veículos, como se fossem reféns. Isso fere o direito constitucional de ir e vir e prejudica a vida de milhares de cidadãos que tem compromissos, muitos inadiáveis, como cirurgias, provas, consultas e tantas outras responsabilidades importantes. Penso que tratam a população com desrespeito aos problemas e compromissos de cada cidadão, num absoluto descaso com as consequências que podem ocorrer com as pessoas prejudicadas. A fragilidade do sistema de transporte público impede que a população tenha outra opção para sair da Ilha, além da Estrada do Galeão. O transporte marítimo, através das barcas que partem do Aterro do Cocotá, funciona precariamente, com embarcações lentas e ultrapassadas, além de poucos horários. Com isso, os moradores ficam literalmente ilhados à espera de que o trânsito seja liberado e possam seguir a vida. Questiono se a obstrução do trânsito na única via de entrada e saída da Ilha, e que prejudica milhares de vidas, tem êxito prático ou se a ação apenas é utilizada como elemento estratégico. Acho difícil algum bandido esperar na fila para ser revistado durante um congestionamento. Mas conheço gente que perdeu a cirurgia e sua vida corre risco.