Opinião

Opinião


23/01/2015 - Edição 1712

Li nesta semana na imprensa que metade do dinheiro que existe no mundo está nas mãos de 80 pessoas. A cada ano a concentração de capital fica na mão de um grupo menor de pessoas aumentando ainda mais a diferença entre pobres e ricos.   No Brasil, não deve ser diferente essa tendência, sobretudo quando o governo tenta recuperar seu caixa furado – resultado da má gestão e corrupção - penalizando a força de trabalho, enquanto os lucros sobre ganhos de capital se multiplicam premiando a inércia. Para conferir e se sentir um cidadão injustiçado, basta acompanhar o aumento dos lucros dos bancos anunciado a cada três meses. São estratosféricos.   Ao diminuir o valor de isenção do Importo de Renda – como foi anunciado nesta semana - de quem ganha pouco, o governo aumenta seus ganhos em alguns bilhões de reais e pune o trabalhador. É uma verdadeira injustiça com quem trabalha, pois a receita certa para ajudar o desenvolvimento seria aumentar a taxação de impostos sobre esses exorbitantes ganhos de capital, setor que emprega cada vez menos gente, substituída pelos computadores que funcionam em agências, comandadas por caixas eletrônicos.   Na Ilha, por exemplo, o banco Itaú tem oito agências, numa prova que emprestar dinheiro é o melhor negócio no Brasil, principalmente porque conta com o protecionismo do governo. É triste constatar que o dinheiro emprestado é usado para pagar dívidas, e não para o investimento em novos negócios, projetos ou compra de patrimônio. Nenhuma outra atividade comercial. Industrial ou autônoma é tão rentável e consegue ter tantos pontos, cujo aluguel é caríssimo, na Ilha, como o Itaú. Enquanto o banco comemora lucros, a população e seus clientes lamentam a queda do poder aquisitivo e só comemoram quando conseguem pagar as contas de cada mês.    O aumento da distância entre ricos e pobres faz o mundo cada vez pior.