Opinião

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Muita gente reclama com razão da falta de segurança, dos buracos nas ruas, do abandono das praças, dos engarrafamentos e até da prostituição descarada no mal iluminado Parque Poeta Manoel Bandeira, conhecido como Aterro do Cocotá. Entretanto, quem realmente deveria colocar a boca no trombone para estrilar são os moradores de algumas comunidades da Ilha que sofrem com a permanente falta de água. Imaginem os leitores que centenas de famílias são abastecidas apenas durante seis horas por semana.


13/04/2012 - Edição 1567

Muita gente reclama com razão da falta de segurança, dos buracos nas ruas, do abandono das praças, dos engarrafamentos e até da prostituição descarada no mal iluminado Parque Poeta Manoel Bandeira, conhecido como Aterro do Cocotá. Entretanto, quem realmente deveria colocar a boca no trombone para estrilar são os moradores de algumas comunidades da Ilha que sofrem com a permanente falta de água. Imaginem os leitores que centenas de famílias são abastecidas apenas durante seis horas por semana.

 

A falta de água nas comunidades das ruas Itacuã e Araras é um problema que precisa começar a ser resolvido pelas autoridades. É incoerente gastar bilhões de dólares em obras para modernizar estádios para receber a Copa do Mundo em 2014, enquanto muitos brasileiros, como os nossos vizinhos dos Bancários e da comunidade de Nossa Senhora das Graças sofrem com as torneiras secas. As histórias que escutei dos moradores, nesta semana, revela um forte ressentimento e tristeza pelo abandono a que são submetidos. Será que são considerados menos cidadãos apenas porque moram em lugares mais pobres? Conheço alguns desses guerreiros, dignos e honrados trabalhadores, que sustentam suas famílias com esforço e que ainda são obrigados a permanecer durante a madrugada, humilhados e atentos ao barulho das águas que chegam apenas por algumas horas. É incrível, mas desesperadas, algumas famílias colocam vasilhames sobre a laje das suas casas na esperança de fazer reservas extras da água trazidas por eventuais chuvas. Estou convencido de que precisamos mudar as nossas prioridades.

 

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