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Baía é alvo de pescadores ilegais

Pesca com rede de arrastão é proibida e causa desequilíbrio ao meio ambiente


26/04/2019 - Edição 1934

Pescadores usam redes de arrastão para a pesca irregular na Baía de Guanabara
Pescadores usam redes de arrastão para a pesca irregular na Baía de Guanabara
Desde 1º de março até 31 de maio a pesca do camarão está proibida na Baía de Guanabara por ser época do camarão, um período de proteção para garantir a procriação do camarão e espécies alevinas. Mas mesmo com a proibição a pesca irregular continua na Baía.   Um flagrante da ilegalidade foi visto, na Baía de Guanabara, dia 18, na altura das praias do Cocotá e do Barão com diversos barcos equipados com redes de arrastão, cujo uso é proibido em qualquer época por gerar sobre-exploração do ecossistema marinho. Os pescadores praticavam pesca ilegal colocando em risco diversas espécies de peixes, principalmente os que não possuem valor comercial, como a Sardinha Boca Torta. Essa espécie de sardinha tem sido morta em grande quantidade por pescadores ilegais que usam redes de arrastão. Como as Boca Torta não são comercializadas, simplesmente são devolvidas mortas nas águas da  baía, provocando mau cheiro na orla da Ilha.   - A pesca predatória, principalmente neste período, prejudica o crescimento, não só dos alevinos e dos camarões, mas de diversos peixes pequenos e até de caranguejos, fato que gera empobrecimento do ecossistema. O ciclo da natureza precisa ser respeitado e a Baía precisa ter maior fiscalização contra a pesca ilegal – explica o ambientalista Sérgio Ricardo.   A pesca predatória tem colocado, também em risco as operações no Aeroporto do Galeão, pois durante a pesca diversas aves se aproximam dos barcos para capturar os peixes encurralados nas redes. Em pontos próximos ao aeroporto essa a ação predatória coloca os pássaros na rota de pouso e decolagem das aeronaves, colocando em risco a segurança dos  aviões.   Procurado o Ministério do Meio Ambiente, responsável por cobrar fiscalização na baía, não se pronunciou até o final desta edição. Em nota o Ibama informou que realiza operações regulares de fiscalização que visam coibir a pesca irregular em geral, em operações conjuntas a Capitania dos Portos, ICMBio e a Polícia Militar Ambiental.   Para denunciar a pesca predatória ou de redes de arrastão, o telefone é 0800 618-080.