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Manguezal sofre com assoreamento

O biólogo Cesar Bernardo e a ambientalista Therezinha Victorino denunciam o assoreamento do mangue do Jequiá, cuja constatação foi feita pelos estudiosos, através de pesquisas e observações no Manguezal do Jequiá. As informações foram prestadas ao Ilha Notícias durante entrevista na redação do jornal.


13/05/2016 - Edição 1780

Manguezal da  Colônia Z-10 agoniza com o assoreamento do Rio Jequiá
Manguezal da Colônia Z-10 agoniza com o assoreamento do Rio Jequiá
O biólogo Cesar Bernardo e a ambientalista Therezinha Victorino denunciam o assoreamento do mangue do Jequiá, cuja constatação foi feita pelos estudiosos, através de pesquisas e observações no Manguezal do Jequiá. As informações foram prestadas ao Ilha Notícias durante entrevista na redação do jornal. César Bernardo explicou que o Rio Jequiá sofre diversos problemas ambientais por estar em uma área urbana, como a alteração de suas características primitivas, devido à diminuição da vasão de água, ocasionado pela sua canalização gerando um menor fluxo de água doce para o manguezal. Bernardo também disse que a ocupação desordenada do bairro, com diversas construções e obras com planejamento equivocado, como é o caso da Vila Olímpica Nilton Santos. De acordo com o biólogo a edificação, interfere no fluxo de água para o manguezal e despeja grandes quantidades de esgoto. Já a educadora ambiental Therezinha Victorino recomenda uma urgente dragagem na parte conhecida como ponta do pinheiro, local de entrada da água do mar para melhorar o fluxo da água salgada e manter a dinâmica das marés prejudicada por assoreamento. — O manguezal se desenvolve onde há água do mar e água doce. Uma vez que uma dessas águas não chega ao mangue acontece um desequilíbrio e a probabilidade do mangue morrer é quase total. É preciso, urgentemente, ser feito um estudo de impacto ambiental para saber o que fez tudo isso acontecer.  Se nada for feito agora veremos a morte daquele ecossistema — preve Therezinha. O presidente da Associação de Pescadores da Colônia Z-10, Wilson Rodrigues Pereira da Silva, mais conhecido como Faquir, concorda com a opinião dos ambientalistas. “O mangue está precisando de oxigenação e isso só vai acontecer quando desobstruírem o Rio Jequiá e a ponta do pinheiro”, afirmou Rodrigues. A Área de Proteção Ambiental e Recuperação Urbana (Aparu), como é conhecido o manguezal do Jequiá – considerada a maior área de mangue protegido da cidade -, foi criada há 22 anos para garantir o equilíbrio do ecossistema da região que é vital para inúmeras espécies de peixes e crustáceos que se reproduzem nas águas calmas destes mananciais, além das aves que utilizam a copa das árvores como ninhais.