Poluição piora na Baía de Guanabara

Faltando apenas 5 meses para o início dos jogos olímpicos no Rio de Janeiro é possível se dizer que a promessa do então presidente Lula, em 2009, de despoluir a Baía de Guanabara para o maior evento esportivo do mundo foi por água a baixo. Segundo o diretor do Instituto de Biologia Marinha e Meio Ambiente, Edris Queiroz, cerca de 65% do esgoto da cidade corre para o mar sem tratamento. Calcula-se que diariamente sejam jogados na baía carioca entre 80 a 100 toneladas de lixo e boa parte destes detritos chegam às praias da Ilha através das correntes marinhas que trazem o lixo do Canal do Cunha, que é altamente poluído ao receber quantidades abundantes de detritos e lixo flutuante dos rios da Baixada Fluminense, como Faria-Timbó e Meriti.  — O número de coliformes fecais presentes na Baia de Guanabara, não são tão alarmantes quanto o número de virais e bacterianos. Os coliformes fecais duram pouco tempo nas águas salgadas da Baía, mas os virais e bacterianos podem resistir muito mais tempo ou até anos. E, com isto, existe risco de contaminação dos atletas que ingerirem esta água — disse o biólogo ressaltando que os sintomas mais comuns para a detecção da contaminação são diarreia, vômitos, náuseas e hepatite A. De acordo com o Governo do Estado os projetos de limpeza da Guanabara estão em andamento como o cinturão da Marina da Glória, a unidade de tratamento do Rio Irajá e as estações de tratamento de esgoto de Alcântara, Pavuna, Sarapuí e São Gonçalo.   O Instituto Estadual do Ambiente (Inea), disse que as provas marítimas das olimpíadas serão realizadas em áreas localizadas no canal central da Baía, onde há maior renovação das águas em função da proximidade com o oceano e estão próprias para o banho e balneabilidade, cuja balneabilidade é feita mensalmente. A preocupação com a poluição na Baía de Guanabara tem deixado às delegações que vão participar de esportes náuticos e aquáticos tensas. Recentemente a Federação Internacional de Remo emitiu uma nota alertando aos atletas para não mergulharem no mar e que acompanha o monitoramento da água da Lagoa Rodrigo de Freitas, local onde serão realizadas as provas de remo.