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Grupo ocupa viaduto para o aeroporto

Moradores do Galeão estão apreensivos com o grupo que ocupou a área embaixo do viaduto que liga a Estrada do Galeão com a Avenida Vinte de Janeiro, via que dá acesso ao Aeroporto Tom Jobim. Os desabrigados se instalaram no local há algumas semanas e usam o espaço para dormir e ficam reunidos durante o dia.


22/01/2016 - Edição 1764

Moradores de rua se aglomeram próximo ao Aeroporto Internacional Tom Jobim
Moradores de rua se aglomeram próximo ao Aeroporto Internacional Tom Jobim
Moradores do Galeão estão apreensivos com o grupo que ocupou a área embaixo do viaduto que liga a Estrada do Galeão com a Avenida Vinte de Janeiro, via que dá acesso ao Aeroporto Tom Jobim. Os desabrigados se instalaram no local há algumas semanas e usam o espaço para dormir e ficam reunidos durante o dia.   São cerca de 15 pessoas que saíram por vontade própria do abrigo Stella Maris, no Galeão. A maioria deles veio do Morro dos Macacos, em Vila Isabel, e outros foram trazidos de outras regiões da cidade, durante ações da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SMDS). De acordo com Jean, um dos sem teto, ele saiu do abrigo porque uma das regras do abrigo é levantar cedo – coisa que ele diz detestar. Além disso, era obrigado a outras atividades como manter sua higiene pessoal. — Lá no Stella Maris tem hora para tudo. E eles também não deixavam eu dormir com minha namorada. Prefiro ficar aqui mesmo — disse o morador de rua ao lado de sua companheira Tainá que está grávida de 5 meses. Tainá confirmou as declarações do companheiro e acrescentou que são usuários de drogas. “Quem vive na rua acaba usando alguma droga ou bebendo cachaça. Nós gostamos de cocaína e maconha, porque ajuda a esquecer do sofrimento que estamos passando”, declarou a mulher que aparenta ter 30 anos. Segundo Cristiane Lessa, assessora da direção do Stella Maris, esse é o maior problema que a instituição encontra. — Lamentavelmente a maioria dos assistidos não gosta de cumprir regras. Eles querem fazer do abrigo a extensão da rua e isso não admitimos. Aqui só fica quem se enquadrar com as regras de convivência — garantiu a assessora. Enquanto isso, aumenta o número de desabrigados embaixo do viaduto e a imagem é de favelização de um dos principais acessos ao aeroporto. A SMDS ainda não anunciou nenhuma medida para ajudar os desabrigados e o problema aumenta a cada dia e provocando apreensão nos moradores das imediações que temem a favelização.