Marcello de Ipanema está abandonado

Misteriosamente a placa que dá nome ao Parque Marcello de Ipanema desapareceu. A informação veio da historiadora Cybelle de Ipanema, 91, viúva de Marcello, que foi um grande defensor da natureza. — Passei pelo parque há cerca de 3 meses e vi que a placa não estava em seu lugar. É uma pena que as pessoas não preservem os monumentos da Cidade. Quero entender com qual finalidade uma pessoa retira uma placa de um parque — questionou Cybelle, destacando que é preciso uma conscientização permanente pela defesa do meio ambiente e dos valores culturais. E ela tem razão. O parque que completou este ano duas décadas está praticamente abandonado. Os poucos brinquedos que servem para o lazer das crianças estão necessitando de manutenção. O balanço está com as correntes e os acentos enferrujados e o brinquedo giratório sumiu, só ficou a base. Sobre os 13 hectares de mata atlântica existente no entorno do parque um grave problema começa a mostrar sua face – a queimada das árvores. Religiosos e moradores de rua utilizam as bases das árvores para acender velas ou cozinhar. Com o tempo essas árvores tombam e a existência da mata fica ameaçada se as autoridades não tomarem providências evitando essa ação danosa dentro da área verde do parque.  Outros problemas como usuários de drogas e insegurança também fazem parte do cotidiano do parque. A publicitária Amanda Sampaio, moradora do Jardim Guanabara tem o hábito de se exercitar na Praia da Bica e geralmente terminava os exercícios no parque, mas em função do número crescente de desabrigados que ficam no local ela tem evitado o lugar. “Hoje estou terminando os exercícios no parque porque estou acompanhada dos meus pais, mas se estivesse sozinha com certeza não pararia no Marcello de Ipanema”, relatou à publicitária, ressaltando que a parte superior do parque é o pior local pela sujeira deixada pelos desabrigados.  — A parte de cima é como se fosse o banheiro deles. É um nojo! Não sei o que deve ser feito, só sei que alguma atitude deve ser tomada pelas autoridades para preservar este espaço que é muito mais que uma área de lazer. É um local onde temos uma grande área verde e isso colabora com a qualidade do ar e do clima nesta região da Ilha. E não podemos esquecer também que é uma homenagem a uma pessoa que lutou pela questão da ecologia em um tempo em que poucos militavam pela preservação ambiental. É uma agressão à mata. — disse Amanda. O subprefeito Nelson Miraldi prometeu à historiadora Cybelle de Ipanema que a CET-Rio vai colocar outra placa indicativa o mais rápido possível.