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Nova dança agita jovens da Ilha

Um segmento cultural que teve origem nas favelas está invadindo a região. Trata-se de um estilo de dança conhecido como “Passinho” que em geral é realizado por grupos de adolescentes que formam equipes e ensaiam durante horas passos que misturam funk e frevo.


30/10/2015 - Edição 1752

Leda com Gabriel, Diovane, Victor, Emerson, Douglas, Alexandre, e Wallace
Leda com Gabriel, Diovane, Victor, Emerson, Douglas, Alexandre, e Wallace
Um segmento cultural que teve origem nas favelas está invadindo a região. Trata-se de um estilo de dança conhecido como “Passinho” que em geral é realizado por grupos de adolescentes que formam equipes e ensaiam durante horas passos que misturam funk e frevo.  A maioria dos grupos divulgam seus passinhos em redes sociais e se apresentam em festas de rua e casas de show. Os passinhos já chegaram até o palco mais tradicional da cidade, o Teatro Municipal. Em maio eles ocuparam o templo da cultura durante um festival de dança que ficou conhecido como “A Batalha dos Passinhos”. Na Colônia de pescadores Z10 existe um grupo de dançarinos que são especialistas em passinhos. Eles são conhecidos como “Os Elites da Dança” e é formado por sete jovens com idade entre 17 e 21 anos, Eles fazem da dança um meio de lazer e de inserção social. Victor Higor Rocha, 18, já era admirador da cultura funk e percebeu a nova tendência de grupos jovens em dançar de forma coreografada nos bailes e eventos funk. Entusiasmado formou um grupo de passinho com outros amigos da região e assim nasceu o grupo “Os Elites da Dança” - disse Rocha que é morador do Guarabu. Outro dançarino do grupo é Douglas dos Santos, 20. De acordo com o funkeiro existem as batalhas de passinho. “Apesar do nome batalha, tudo acontece de forma pacífica. Os grupos se reúnem e mostram novas coreografias e aqueles que se destacam geralmente são convidados para apresentações em eventos”, disse Emerson, que é morador do Boogie Woogie. Ele sonha levar o grupo no programa Esquenta, da apresentadora Regina Casé. A líder comunitária Leda Vianna, é como se fosse mãe dos meninos e uma empresaria informal. Incentivadora e divulgadora do grupo, a moradora da Colônia Z-10 busca locais para os jovens se apresentarem. “Já consegui que eles se apresentassem no Teatro João Caetano e também no programa Balanço Geral, do jornalista Wagner Montes”, disse Leda, certa de que a dança vai além dos palcos. — Torço muito por estes jovens. Quero que eles sejam homens de bem e que sigam caminhos positivos e se tornem cidadãos honrados. Todos são de comunidades carentes e muitas vezes os exemplos do meio em que eles vivem não são bons. Por isso costumo dizer a eles que o futuro deles está na arte e na cultura — explicou Vianna, que pretende em breve promover um evento de “Passinho” na Colônia.