Newton Braga sofre por falta de verbas

"O Colégio Brigadeiro Newton Braga vive um momento delicado", foi com esta frase que André Luís Petra, diretor pedagógico do Colégio Newton Braga, um dos mais tradicionais da Ilha iniciou a entrevista com o jornal Ilha Notícias.     De acordo com Petra, os cortes de recursos aplicados pelo Governo Federal nas Forças Armadas são os grandes responsáveis pela situação crítica que vive o Newton Braga, cuja sobrevivência operacional depende de transferências da Aeronáutica. Outro agravante é a diminuição das receitas relativas as contribuições voluntárias dos pais dos alunos, cujo valor ajudava de modo importante em diversas despesas do colégio.  Como a Aeronáutica tem diminuído a transferência de verbas a cada ano, a direção do colégio tentou em 2013, passar o controle para o Ministério da Educação, mas o MEC não aceitou e as dificuldades aumentaram. Sem possibilidades de continuar nessas condições por muito mais anos, a diretora administrativa Carmem Lúcia diz que a solução seria voltar com o sistema de mensalidade. — Por mais de 40 anos o colégio contou com o dinheiro das contribuições pagas pelos responsáveis dos alunos. Nunca tivemos problemas financeiros e o colégio sempre se destacou como excelente instituição de ensino — disse a diretora ressaltando que o valor das contribuições voluntárias de R$ 90,00 é simbólico, mas é fundamental para a escola continuar. Carmem diz que o Comando da Aeronáutica já determinou o cancelamento das matrículas para a primeira série do ensino fundamental em 2016, fato que sinaliza o começo do fim. “Isto não pode acontecer! Entendo que estamos passando por uma crise, mas nossas crianças não podem ser penalizadas! Espero que a Aeronáutica repense essa questão e que, pelo menos, uma turma da primeira série seja aberta”, falou preocupada. Outros cursos também deixarão de existir a partir de 2016, como os preparatórios para o ENEM, o Curso de Educação Inclusiva e o Curso Técnico de Enfermagem, todos no período noturno. As atividades esportivas que aconteciam aos fins de semana no ginásio do colégio também deixarão de ser continuadas.   Alunos e funcionários vivem momentos de incertezas. Alguns pais já começam a procurar outras escolas da região para matricular seus filhos com medo do que pode acontecer no futuro. Com mais de meio século de história um gigante da educação vai tombando lentamente.