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Ponta do tiro precisa de conservação

O espaço conhecido como Ponta do Tiro, na Praia da Bandeira tem uma excelente vista para parte da Baia de Guanabara mas está abandonado. A área foi construída na década de vinte para as comemorações do Dia da Bandeira dos alunos da Oitava Escola Mista. Nos dias de solenidades cívicas os estudantes costumavam se perfilar diante da bandeira nacional, hasteada em um mastro com cerca de cinco metros de altura. No local também foi colocado um canhão que, segundo os moradores mais antigos da região, teria sido utilizado durante as escaramuças que ocorreram na Ilha do Governador durante a Revolta da Armada em 1893.


07/08/2015 - Edição 1740

A área é muito utilizada por moradores da região para momentos de lazer
A área é muito utilizada por moradores da região para momentos de lazer
O espaço conhecido como Ponta do Tiro, na Praia da Bandeira tem uma excelente vista para parte da Baia de Guanabara mas está abandonado. A área foi construída na década de vinte para as comemorações do Dia da Bandeira dos alunos da Oitava Escola Mista. Nos dias de solenidades cívicas os estudantes costumavam se perfilar diante da bandeira nacional, hasteada em um mastro com cerca de cinco metros de altura. No local também  foi colocado um canhão que, segundo os moradores mais antigos da região, teria sido utilizado durante as escaramuças que ocorreram na Ilha do Governador durante a Revolta da Armada em 1893.  Segundo pesquisadores, o canhão foi posto no local para servir de adorno, por um militar conhecido como Major Jacaré, cuja filha lecionava na mesma escola, que mais tarde mudou de local e passou a se chamar Escola Cuba.   O mastro onde tremulava a bandeira nacional já não existe mais, as muretas de proteção estão pichadas e algumas quebradas. A última obra realizada no espaço foi em 1995. De lá para cá, nada mais foi feito para conservar o local que é importante historicamente e referência para a região, cujo bairro é conhecido como Praia da Bandeira.   O comerciário Antônio Véras, morador da Estrada do Dendê costuma aproveitar os dias de folga pescando na Ponta do Tiro e diz que o lugar deveria ser conservado pela prefeitura. — Um lugar como este não poderia estar largado do jeito que está. Lembro-me daqui quando criança. Era bonito ver a bandeira no alto do mastro. Era uma coisa que dava orgulho, que valorizava o bairro e também a região de forma geral. É uma pena ver como está ficando — lamentou Véras. O estudante do ensino médio Carlos Henrique Martins, 16, não se lembra do mastro e da bandeira, mas costuma pescar no espaço aos fins de semana. “Gosto muito de pescar e aqui é um bom pesqueiro. A única coisa que tenho a reclamar daqui é a falta de segurança. Tenho amigos que tiveram seus celulares roubados aqui. À noite este lugar é muito mal iluminado, fato que facilita a ação dos ladrões”, diz o estudante do Jardim Carioca. O pescador João Laureano, 55, nascido e criado na comunidade Nossa Senhora das Graças (Boogie Woogie), diz que vai ao local diariamente e que à noite pescadores são obrigados a dividir o espaço com viciados e lamenta o descaso das autoridades tanto por conta da segurança pública quanto pela falta de conservação do patrimônio público. “É um absurdo o que se vê aqui à noite. Rapazes e moças se drogando. E se falarmos alguma coisa ainda corremos o risco de ser agredidos”, lamenta o pescador, que torce para que as autoridades promovam a revitalização da Ponta do Tiro.