Autismo ganha diagnóstico precoce

A Ilha do Governador saiu na frente das outras regiões da cidade ao adotar, nos serviços públicos de saúde, procedimentos para o diagnóstico precoce e tratamento do autismo. Desde o dia 10 de abril, quando foi iniciada a metodologia, profissionais de saúde da Clínica da Família Assis Valente, no Galeão, estão sendo capacitados para reconhecer os primeiros sintomas do transtorno. Durante a consulta, os profissionais entregam um questionário para os pacientes e, caso seja necessário, são encaminhados para realizar os exames e o acompanhamento pelo sistema Médico da Família. O lançamento do protocolo contou com a presença do Secretário Municipal de Saúde, Daniel Soranz que disse estar feliz em iniciar o procedimento pela Ilha: “Temos outras 72 Clínicas da Família e 130 Postos de Saúde em treinamento. Nossa meta é que em dois anos toda a rede municipal de atenção primária esteja preparada para este atendimento”. A vereadora Tânia Bastos (PRB) também participou da solenidade e tem se mobilizado junto à prefeitura para garantir mais atenção dos serviços de saúde aos autistas. Ela disse que vai acompanhar a implantação dos serviços e destacou a importância da iniciativa: “É um momento importante para a região. O atendimento especial para diagnosticar e iniciar o tratamento do distúrbio é um avanço importante. Precisamos estar atentos nas políticas públicas de saúde para proporcionar bem estar à população e precisamos continuar trabalhando juntos para melhorar o atendimento aos autistas e suas famílias.” Para a moradora da Ilha e integrante do CompartIlha, Elaine Brandão, o fato de a primeira clínica ser no bairro fortalece o movimento na região. “Nossa luta é pela conscientização. É preciso que as famílias conheçam os sintomas e saibam que podem ser orientadas aqui”, concluiu ela. De acordo com o Movimento Orgulho Autista Brasil, o número de pessoas com autismo é significativo, razão pela qual novos procedimentos médicos são importantes. Em 1990, era um caso para cada 2,5 mil crianças nascidas. Embora no Brasil, não existam estatísticas oficiais a estimativa é de que dois milhões de brasileiros sejam autistas.