Em setembro de 2014, pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), iniciaram um processo incomum de combate ao mosquito Aedes Aegypti, transmissor do vírus da dengue. A proposta consistiu na soltura de 10 mil mosquitos por semana no período de quatro meses, chegando a um total de 160 mil mosquitos contaminados com uma bactéria natural chamada Wolbachia, que é presente em mais de 70% dos insetos.
02/04/2015 - Edição 1722
Em setembro de 2014, pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), iniciaram um processo incomum de combate ao mosquito Aedes Aegypti, transmissor do vírus da dengue. A proposta consistiu na soltura de 10 mil mosquitos por semana no período de quatro meses, chegando a um total de 160 mil mosquitos contaminados com uma bactéria natural chamada Wolbachia, que é presente em mais de 70% dos insetos.
Os mosquitos foram soltos e através do cruzamento com a espécie Aedes aegypti, os mosquitos nasceram sem a bactéria transmissora da dengue.
E a experiência deu certo. No mês de fevereiro, os cientistas da Fiocruz voltaram a Tubiacanga e capturaram um quantitativo de mosquitos para uma pesquisa cujo resultado permitiu avaliar que 65% dos mosquitos encontrados no bairro já estão geneticamente modificados. Ou seja, já possuíam a bactéria Wolbachia e consequentemente não transmitem mais a dengue.
De acordo com José Cantizano, um dos membros do colegiado que administra a Associação de Moradores de Tubiacanga, o resultado não poderia ser melhor.
— Aqui na região de Tubiacanga sempre tivemos índices altos de dengue e este ano, até agora, só tivemos uma pessoa que manifestou a doença. O que não quer dizer que ela contraiu aqui dentro do bairro — explica Cantizano, acrescentando informação dos cientistas da Fiocruz que é muito improvável que se chegue ao quantitativo de 100% de mosquitos com a bactéria Wolbachia. Todavia, segundo outros levantamentos científicos, a queda de casos de dengue está compatível com os resultados observados em estudos realizados em outros países.
Tubiacanga é o bairro pioneiro no combate com resultados positivos à dengue, entretanto, segundo os técnicos, os riscos ainda existem e a prevenção através dos hábitos já massificados através da imprensa e órgãos ligados a saúde recomenda manter os locais limpos, e, sobretudo, sem acúmulo de água limpa, medidas fundamentais para ajudar na eliminação do Aedes Aegypti.