Notícias

Baía de Guanabara fica sem os Ecobarcos

O projeto dos Ecobarcos está naufragando. Criados pelo Governo Estadual para ajudar na despoluição de 80% da Baía de Guanabara até as olimpíadas, os dez barcos – que recolhiam detritos do mar estão parados por falta de pagamento. Duas dessas embarcações operavam perto da orla da Ilha e eram guardados no Iate Clube Jardim Guanabara.


06/03/2015 - Edição 1718

Sem os ecobarcos parte do lixo flutuante pode sujar as praias da Ilha
Sem os ecobarcos parte do lixo flutuante pode sujar as praias da Ilha
O projeto dos Ecobarcos está naufragando. Criados pelo Governo Estadual para ajudar na despoluição de 80% da Baía de Guanabara até as olimpíadas, os dez barcos – que recolhiam detritos do mar estão parados por falta de pagamento. Duas dessas embarcações operavam perto da orla da Ilha e eram guardados no Iate Clube Jardim Guanabara.  O problema estaria no repasse da verba dos mantenedores do projeto que está atrasada há cerca de quatro meses. Há um mês as sete embarcações da empresa Brissoneau deixaram de operar e na segunda feira (02) os três barcos da empresa Ecoboat que ainda atuavam na limpeza da Baía pararam. A Secretaria Estadual do Meio Ambiente chegou a informar que o serviço dos Ecobarcos não tinha sentido, pela pouca eficiência diante do tamanho da baía.   Segundo uma das empresas, a dívida do Governo Estadual com a Ecoboat está em torno de R$500 mil reais. Os dez Ecobarcos trabalhando juntos tiravam cerca de 45 toneladas de lixo da Baía de Guanabara. No início de 2014 quando a Secretaria de Meio Ambiente iniciou os trabalhos com essas embarcações, o valor inicial do contrato seria de R$1,5 milhão por ano. No final de 2014 houve a assinatura de um aditivo, que prorrogou o contrato por mais um ano pelo valor de R$ 1,8 milhão.   Além dos barcos, outra iniciativa de sanear a Baía, as Ecobarreiras – estruturas flutuantes feitas com materiais reciclados, como garrafas pet e bombonas plásticas destinadas a conter o lixo flutuante trazido pelos rios — também perderam força em virtude da falta de apoio.   O projeto das Ecobarreiras veio definhando gradativamente. Em 2012 quando o projeto começou eram 112 catadores – pessoas que retiravam o lixo contido pelas barreiras flutuantes — e em 2015 apenas 27. O agravamento da crise das Ecobarreiras se deu em janeiro deste ano quando a Associação de Supermercados do Rio (Asserj) parou de financiar o projeto. Das 14 barreiras que operavam apenas sete continuam em funcionamento.   Em nota, a Secretaria Estadual do Ambiente disse que o projeto das Ecobarreiras “está passando por readequação, de modo a tornar os equipamentos mais eficientes, como complemento ao conjunto de medidas adotadas para limpeza da Baía de Guanabara”. Vale ressaltar que no início deste projeto a quantidade de lixo retirado das águas da Guanabara era de 900 toneladas por mês, atualmente o lixo recolhido chega a aproximadamente 150 toneladas.