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Cresce a quantidade de moradores de rua

A população de rua na Ilha não para de crescer e boa parte dessas pessoas que perambulam e vivem nas calçadas, marquises e praças públicas da região são oriundos de bairros do subúrbio e baixada fluminense que foram retirados das ruas pela prefeitura e encaminhados para o abrigo municipal Stella Maris, no Galeão.


23/01/2015 - Edição 1712

Indigência: causa principal do abandono
Indigência: causa principal do abandono
A população de rua na Ilha não para de crescer e boa parte dessas pessoas que perambulam e vivem nas calçadas, marquises e praças públicas da região são oriundos de bairros do subúrbio e baixada fluminense que foram retirados das ruas pela prefeitura e encaminhados para o abrigo municipal Stella Maris, no Galeão.   Após serem registrados no Stella Maris permanecem pouco tempo na instituição e iniciam caminhadas pelas ruas, sem destino. Costumam se acomodar à noite embaixo de alguma marquise, onde fazem suas necessidades fisiológicas. Alguns têm problemas de alcoolismo e dependência química, fato que agrava a necessidade de amparo e cuidados especiais. Muitos moradores se sentem ameaçados e evitam circular onde alguns grupos costumam estar.   Procurado pelo Ilha Notícias, o Secretário Municipal de Desenvolvimento Social, Adilson Pires, enviou nota, através de sua assessoria de imprensa, informando que a SMDS faz o monitoramento dos desabrigados diariamente em toda a cidade, inclusive na Ilha do Governador.   Segundo o secretário, a prefeitura tenta acompanhar o deslocamento desses indivíduos através do serviço de abordagem social, cujo trabalho é realizado diariamente, inclusive à noite, por equipes de assistentes sociais, psicólogos e educadores sociais. O acompanhamento serve para mapear as necessidades que são identificadas pela equipe da 4ª Coordenadoria de Desenvolvimento Social (CDS), responsável pela Ilha, sem no entanto resolver a situação.    Segundo a SMDS o mapeamento do território, identifica que os pontos onde há maior concentração de pessoas desabrigadas adultas na Ilha do Governador são nos bairros da Portuguesa, Galeão e Cocotá. Desta forma, o roteiro das abordagens prioriza a ida a esses bairros, visando convence-los a voltar ao Stella Maria. O problema persiste nesse processo em razão da falta de vontade e desconfiança dos moradores de rua em receber apoio da prefeitura ou alternativas para sua autonomia social. Os órgãos públicos ainda não encontraram uma solução adequada para resgatar a dignidade dessas pessoas.    Sem solução à vista, o problema social aumenta e alguns desabrigados  agem agressivamente ameaçando pedestres. Em depoimentos ao jornal, a maioria não tem esperanças de uma mudança de vida nas instituições públicas e prefere continuar nas ruas. Vivem do bom coração de moradores e da generosidade de algumas instituições de caridade que levam alimentos, roupas e agasalhos.