Acesso à Tubiacanga na rota do crime

Os moradores de Tubiacanga reclamam há anos da insegurança do bairro sem sucesso. A estrada que leva o nome do bairro cruza um matagal denso nos dois lados, por quase um quilômetro e não possui nenhuma iluminação. A situação esconde há tempos a prática de crimes como assaltos, desmanche de veículos e execuções.   O bairro, que possui um charme especial, por se tratar de uma colônia de pescadores com ares de cidadezinha do interior, também se destaca na mídia negativamente pelo número assustador de carcaças de carros incendiados. Ladrões de carros e golpista de seguradoras aproveitam-se da estrada deserta, longa e escura, para cometer seus delitos. Um morador que prefere não ser identificado diz que já presenciou por duas vezes a ação destes marginais:   - Trabalho até meia noite no aeroporto e em duas ocasiões me deparei com grupos de homens colocando fogo em carros aqui na Estrada de Tubiacanga. Da segunda vez, eles pararam meu carro e perguntaram onde eu estava indo, e eu disse que era morador, então deixaram ir para casa. Fiquei com muito medo neste dia – conta o morador.    Licínio Lesnau, 34, membro do grupo “Tubiacanga, eu amo, eu cuido”, é um defensor do bairro e acredita que a questão da insegurança está atrelada a uma série de fatores que vão além da prática criminosa: “Precisamos de uma mudança cultural, principalmente dos moradores daqui. É extremamente necessário que enxerguemos a polícia e os órgãos de segurança como parceiros. É vital para Tubiacanga que nós, moradores, sejamos exemplo de civismo, educação e respeito com o local onde moramos. Vejo algumas pessoas jogando lixo nas esquinas, isso só serve para desvalorizar nosso lugar, e se nós não valorizarmos onde moramos com certeza os outros, que não moram aqui, vão enxergar sempre um lugar onde tudo é permitido, uma terra sem lei” – comenta Licínio, com ar de decepção.   A Associação de Moradores de Tubiacanga, diz que semanalmente envia ofícios à Subprefeitura pedindo ações de retirada das carcaças de carros, e sempre são atendidos. Com relação aos delitos cometidos na estrada, dizem que pouco pode fazer para impedir os crimes e cobram da polícia coibir e investigar esses absurdos.