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A extinção da dengue começa por Tubiacanga

Trazido ao país pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o “Projeto Eliminar a Dengue: Desafio Brasil” deu início aos estudos de campo na última quarta-feira (24) em Tubiacanga. A partir da pesquisa que utiliza uma bactéria natural e segura, pesquisadores liberaram na comunidade 10 mil mosquitos Aedes aegypti. Os mosquitos contêm a bactéria Wolbachia, que os impede de transmitir o vírus da dengue. O objetivo é substituir toda a população de mosquitos da região para reduzir os casos da doença.


26/09/2014 - Edição 1695

Pesquisadores da Fiocruz levaram os mosquitos imunizados em recipientes como o da foto menor
Pesquisadores da Fiocruz levaram os mosquitos imunizados em recipientes como o da foto menor
Trazido ao país pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o “Projeto Eliminar a Dengue: Desafio Brasil” deu início aos estudos de campo na última quarta-feira (24) em Tubiacanga. A partir da pesquisa que utiliza uma bactéria natural e segura, pesquisadores liberaram na comunidade 10 mil mosquitos Aedes aegypti. Os mosquitos contêm a bactéria Wolbachia, que os impede de transmitir o vírus da dengue. O objetivo é substituir toda a população de mosquitos da região para reduzir os casos da doença.   A iniciativa sem fins lucrativos foi realizada com sucesso na Austrália, Vietnã e Indonésia. Desde 2012, a Fiocruz trabalha no projeto estudando bairros para a aplicação do método, avaliando a população de mosquitos nesses locais e promovendo cruzamentos entre os mosquitos com a bactéria e os mosquitos coletados em laboratório. De acordo com Luciano Moreira, pesquisador e líder do projeto, a estratégia poderá eliminar a doença.   – A partir da seleção de Tubiacanga, que tem alta incidência de dengue, a Fiocruz também começou a fazer um trabalho de esclarecimento sobre o projeto e contou com o apoio dos moradores. Nos próximos quatro meses, 10 mil mosquitos serão soltos a cada semana na comunidade. Como as fêmeas infectadas passam a bactéria para os ovos, a expectativa é que depois de um tempo, toda a população esteja infectada pela Wolbachia – esclarece o pesquisador ressaltando que a bactéria não traz nenhum risco às pessoas. “Já estamos expostas a ela no dia a dia, pois 70% dos pernilongos a tem no organismo”, disse.   Após os testes em Tubiacanga e em outras localidades que ainda vão receber o mesmo projeto, a Fiocruz acredita em um bom resultado. “Esperamos que em dois anos, o número de casos da doença seja reduzido nestes locais. Em cinco anos, será possível promover a expansão para todo o Brasil”, avaliou Moreira.