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Funcionários do Eisa cobram salários

Na próxima segunda-feira (28), os funcionários do estaleiro Eisa pretendem se reunir em assembleia às 7h na porta da empresa, na Praia da Rosa.


25/07/2014 - Edição 1686

Trabalhadores com as dívidas que precisam pagar
Trabalhadores com as dívidas que precisam pagar
Na próxima segunda-feira (28), os funcionários do estaleiro Eisa pretendem se reunir em assembleia às 7h na porta da empresa, na Praia da Rosa. O objetivo é cobrar a promessa feita pela direção, de que nesta data, o pagamento dos salários atrasados, bem como de 1/3 das férias coletivas e o valor do vale-alimentação serão regularizados.    Tentando sair de uma grave crise, o estaleiro Eisa é comandando pelo grupo nacional Synergy do empresário German Efromovich. O grupo também controla as empresas Avianca e Air Taxi Aéreo. Além do estaleiro Eisa Petro Um, antigo Mauá, que possui a encomenda de 12 navios só para Transpetro. Com tantos negócios caminhando sem problemas, o estaleiro tem sido acusado de má gestão e o receio dos trabalhadores é de que a folha de pagamento continue sem ser honrada.   – Pelo o que estamos acompanhando de informações com outros companheiros e o sindicato, tudo indica que na segunda-feira, o compromisso que eles fizeram com a gente, não será cumprido. Eu e a minha esposa trabalhamos no estaleiro, o que torna a minha situação familiar um caos. Há um ano, quando vários funcionários foram demitidos, o estaleiro já mostrava sinais de péssima administração e agora o que estamos sabendo é que o Eisa está sendo negociado. E caso este processo não aconteça em dois meses, é possível que o estaleiro mande todos os funcionários embora. Estamos muito preocupados – contou um trabalhador, que não quis se identificar com medo de represálias.   Segundo fontes próximas as discussões sobre a situação do estaleiro, o grupo Synergy passou as últimas semanas buscando recursos para pagar as folhas salariais atrasadas. Caso não encontre com investidores o capital de giro necessário para retomar logo as atividades, haveria a possibilidade de demitir os três mil funcionários e só readmiti-los quando o problema tiver sido solucionado. Funcionário há sete anos do estaleiro, Paulo Roberto Silva conta que está dependendo da ajuda de outros parentes para arcar com as despesas e teme a demissão em massa.    – A minha carteira de trabalho está presa na empresa e além de ficar sem o salário também não podemos usar o plano de saúde, porque é descontado do contracheque. As dívidas, como o aluguel, não podem esperar e eu tive que pegar empréstimos e me enrolar ainda mais. São muitas dificuldades e é por isso que temos que cobrar uma solução, pois a empresa afundou a vida dos funcionários mesmo tendo encomendas de navios e muito trabalho a fazer – desabafa Paulo Roberto.