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Crianças especiais ganham turma de inclusão na capoeira

Para fazer a integração social e contribuir com o desenvolvimento físico de crianças que apresentam deficiências, o grupo de capoeira Senzala, abriu espaço na turma para receber os pequeninos. Com aulas duas vezes por semana, o ritmo da música anima a atividade e os resultados estão deixando as crianças e os pais entusiasmados.


25/07/2014 - Edição 1686

Raphael e Lucas, à frente com o professor Roberto, posam com o grupo
Raphael e Lucas, à frente com o professor Roberto, posam com o grupo
Famosa pela ginga, acompanhada de movimentos coreografados que estimulam a flexibilidade, as aulas de capoeira do Grupo Senzala têm sido usada na reabilitação de crianças, que apresentam deficiências ou dificuldades motoras. A atividade que acontece na Academia Plataforma, no Cocotá, tem a supervisão do professor de Educação Física Roberto Martiello, conhecido como Tone. Durante os treinos, as crianças se misturam com os outros participantes para melhorar a interação social.   Apesar de recente, a turma que abriu vagas para o público especial, há pouco mais de dois meses, já mostra resultados. Roberto explica que a primeira identificação com a aula é o ritmo musical.   – A capoeira exige muito do corpo e ao mesmo tempo tem um caráter lúdico que faz toda a diferença para melhorar a coordenação motora, a força e o equilíbrio. Quando eles ouvem a música, já querem acompanhar os movimentos.  Um dos principais efeitos é também o psicológico. Eles ficam com a autoestima revigorada – avalia Tone.   Mãe do pequeno Raphael Araujo Viana, de três anos, portador de síndrome de Down, Maria Evandra Araujo conta que procurou durante seis meses um grupo de capoeira que abrisse espaço para o filho.     – Recebi uma indicação do fisioterapeuta para que ele fizesse aulas, pois o ajudaria a desenvolver mais a parte motora. Ele tem mostrado interesse e uma evolução rápida. Já dá cambalhotas e, em casa, se eu colocar um CD com músicas de capoeira, ele repete os exercícios – comenta Maria, que mora no Cocotá.   Roberto reconhece que os alunos especiais chegam receosos, mas o medo de cair, logo passa. “Transmito confiança para eles o tempo todo. Na capoeira, há movimentos específicos para trabalhar o fortalecimento da cervical, a resistência e sustentação”, revela.   Lucas Ribeiro, que tem três anos e mora no Moneró, nasceu prematuro aos seis meses. Depois de passar por momentos difíceis de internação no hospital, mostra que está deixando de lado as dificuldades. “Lucas não conseguia ficar de pé muito tempo e andar. Mas as aulas têm sido muito motivadoras para ele que apresenta atraso motor e deficiência visual no olho esquerdo. Ele está melhorando muito”, ressalta o pai, Wagner Allysom.    As aulas são as terças e quintas, das 15h30 às 17h, e aos sábados das 11h30 às 13h, na Rua Capitão Barbosa, 698, no Cocotá. Informações: 2467-4940.