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Rua Araras vive drama há 2 meses

Há mais de dois meses que os moradores da Rua Araras nos Bancários convivem os transtornos causados por uma interdição em parte da única rua que dá acesso à comunidade. No final do ano passado, após uma forte chuva, um barranco deslizou no quintal da casa 18, na parte baixa da rua, e com o deslocamento de terra, a estrutura das casas na parte alta e o asfalto ficaram comprometidos. Desde então, nenhum veículo pode subir a rua e a falta de providências da Defesa Civil faz com que os moradores temam novos deslizamentos.


02/03/2012 - Edição 1561

Com a rua interditada após um deslizamento, os moradores esperam uma providência da Defesa Civil
Com a rua interditada após um deslizamento, os moradores esperam uma providência da Defesa Civil

Há mais de dois meses que os moradores da Rua Araras nos Bancários convivem os transtornos causados por uma interdição em parte da única rua que dá acesso à comunidade. No final do ano passado, após uma forte chuva, um barranco deslizou no quintal da casa 18, na parte baixa da rua, e com o deslocamento de terra, a estrutura das casas na parte alta e o asfalto ficaram comprometidos. Desde então, nenhum veículo pode subir a rua e a falta de providências da Defesa Civil faz com que os moradores temam novos deslizamentos.

 

O morador Alfredo Peixoto Neto, dono da casa atingida pelo desmoronamento, conta que realizava uma obra no terreno na semana do acidente. "Faltava pouco para terminar a obra que ia beneficiar o meu quintal, quando a chuva caiu e o barranco despencou. Por pouco não fiquei sem casa. Entrei em contato com a prefeitura na mesma semana e a Defesa Civil esteve na rua, mas apenas interditou o local e avisou aos moradores que nenhum carro poderia subir, pois outras casas corriam riscos. Um encanamento de esgoto da rua estourou e agora o esgoto está quase entrando na minha cozinha. Estou aguardando providências, mas eles sumiram", conta Alfredo.

 

Maria Helena Silva mora no n° 21 e desabafa: "É um sufoco terrível. Se alguém passar mal e precisar do socorro de uma ambulância, não sabemos o que fazer, porque os carros não podem subir. Se precisarmos receber alguma encomenda, temos o mesmo problema. De acordo com os técnicos que vierem aqui a minha casa está correndo risco e eu durmo preocupada todos os dias. Já procuramos novamente a Defesa Civil, mas ninguém aparece aqui para resolver o problema. É um descaso", diz.

 

Luis Jorge de Sá sofreu um AVC há três meses e ainda não consegue andar normalmente. O filho Luis Fernando conta que precisa levar o pai no colo até o táxi, quando tem consulta marcada. "A situação está muito difícil, assim como meu pai, temos outras pessoas com dificuldade de locomoção na rua e não há como continuar assim", comenta. Maria Rodrigues tem 77 anos e anda com o auxílio de uma bengala. Desde que o problema começou ela não tem saído de casa. "A rua é muito íngreme, não consigo descer a pé", lamenta. A filha, Geminiana Rodrigues completa: "A vida da minha mãe parou, não faz mais coisas que gostava de fazer como ir à igreja. Está presa dentro da própria casa por causa da interdição da rua. Outro problema é na hora de fazer compras no mercado. Para subir pedimos ajuda dos vizinhos e temos que carregar as compras em várias viagens", diz. O morador Rogério Cunha denuncia mais um problema: "A coleta de lixo também ficou prejudicada, pois o tratorzinho da Comlurb não consegue subir. Com isso o depósito de lixo na Rua Itacuã, que fica na entrada da Araras, aumentou muito, causando mau cheiro e atraindo ratos e baratas", lamenta.

 

A situação é grave e exige medidas urgentes das autoridades. A qualquer momento pode acontecer outro deslizamento ou o socorro de alguma vítima não acontecer devido a interdição da rua.