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Estudante é espancado na Praia da Bica

Para tentar evitar que um morador de rua fosse agredido por um grupo de cinco jovens na Praia da Bica, o estudante Vítor Suarez Cunha, de 21 anos, foi espaçando quase até a morte na madrugada de quarta (1º) para quinta. O crime chocou os moradores da região que acompanharam o caso durante toda semana. Com fraturas graves na testa, nariz e maxilar, Vítor ficou internado durante cinco dias na clínica Santa Maria Madalena e passou por uma cirurgia onde recebeu oito placas de titânio, 63 parafusos, três membranas protetoras, além de enxerto ósseo para ter o rosto reconstruído.


10/02/2012 - Edição 1558

Momento em que os agressores eram conduzidos para a cadeia da Polinter
Momento em que os agressores eram conduzidos para a cadeia da Polinter

Para tentar evitar que um morador de rua fosse agredido por um grupo de cinco jovens na Praia da Bica, o estudante Vítor Suarez Cunha, de 21 anos, foi espancado quase até a morte na madrugada de quarta (1º) para quinta. O crime chocou os moradores da região que acompanharam o caso durante toda semana. Com fraturas graves na testa, nariz e maxilar, Vítor ficou internado durante cinco dias na clínica Santa Maria Madalena e passou por uma cirurgia onde recebeu oito placas de titânio, 63 parafusos, três membranas protetoras, além de enxerto ósseo para ter o rosto reconstruído.

 

Vítor é estudante de Desenho Industrial e mora com a família no Jardim Guanabara. Na Ilha é conhecido pelo apelido Milhouse, uma referência ao personagem do desenho "Os Simpsons". No dia 1º, quarta-feira à noite, ele marcou um encontro com amigos na Praia da Bica.

 

– Marcamos de bater um papo, coisa muito comum no nosso cotidiano. Eu cheguei primeiro, depois apareceram mais dois conhecidos e só então o Vítor chegou – disse Kleber um dos amigos da vítima. "Sentamos no quiosque Primeirão por volta de 1h da madrugada. O morador de rua, João Araújo Teles, estava deitado no calçadão, em frente à Praça Jerusalém. Ele estava todo vomitado e tinha mijado e cagado nas calças também. Estava passando mal mesmo", relata.

 

Kleber disse que assim que se sentaram no quiosque, perceberam que um grupo começou a chutar o morador de rua e ele se levantou para falar com os agressores.

 

– Cheguei primeiro no Tadeu, já o conhecia de vista, ele estudou no Lemos Cunha na mesma época que eu. Em seguida o Vítor se levantou e veio ao nosso encontro. Vítor pediu para que eles parassem de incomodar o morador de rua porque era uma covardia, mas Tadeu debochava da situação dizendo que o pai dele iria caminhar no dia seguinte pela praia e não ia querer mendigos no local. De repente, um deles, que depois eu identifiquei com William, agrediu o Vítor de surpresa e começou toda a confusão – conta Kleber, revelando que Tadeu imobilizou Vítor quando ele caiu no chão para que os outros o chutassem.

 

– Foram chutes com muita violência. Eu não consigo tirar aquela imagem da minha cabeça. O Rafael Zanini tentou me segurar para que eu não me aproximasse, eles só pararam quando eu consegui me soltar e ficar em cima do Vítor para protegê-lo – relata Kleber.

 

No final de semana, internautas fizeram uma campanha através do facebook para ajudar nas prisões dos acusados. Uma foto com Tadeu Assad e Rafael Zanini circulava pela rede social com o título "Procura-se".

 

O delegado Deoclécio de Assis da 37ª DP está à frente do caso e com a ajuda de Kleber conseguiu identificar e prender todos os acusados pela agressão. Tadeu Assad, de 20 anos, William Nobre de 23 anos, Rafael Zanini, de 18 anos, Felipe Melo (Geminha) de 19 anos e Edson Luiz Júnior (Flin). Os acusados vão responder pelo crime de Lesão Corporal.