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Quadrinhos é o hobby de Rodrigo

Com quase 700 exemplares de revistas em quadrinhos em casa, a paixão do insulano Rodrigo Luiz começou cedo. A leitura das primeiras aventuras foi com a ajuda da mãe, que o alfabetizou, aos quatro anos. Desde então, sem perceber, começou a colecionar todas as revistas em quadrinhos que ganhava


13/01/2012 - Edição 1554

Em seu apartamento, Rodrigo mostra algumas das revistas em quadrinhos que possui na sua coleção
Em seu apartamento, Rodrigo mostra algumas das revistas em quadrinhos que possui na sua coleção

Com quase 700 exemplares de revistas em quadrinhos em casa, a paixão do insulano Rodrigo Luiz começou cedo. A leitura das primeiras aventuras foi com a ajuda da mãe, que o alfabetizou, aos quatro anos. Desde então, sem perceber, começou a colecionar todas as revistas em quadrinhos que ganhava. Formado em letras pela UFRJ, o gosto pelo gênero literário colorido, ilustrado e cheio de recursos gráficos o estimulou a pesquisar e escrever sobre o assunto. Rodrigo já teve uma coluna em um site e atualmente planeja lançar seu próprio site para dividir seu conhecimento com outros amantes do tema.

 

 

Morador da Freguesia desde que nasceu, Rodrigo conta que na infância uma das suas grandes diversões era percorrer as bancas do bairro em busca de novas revistas. "Praticamente a-prendi a ler lendo os gibis da turma da Mônica. Com seis anos ganhei a minha primeira revista do Homem Aranha e fiquei fascinado. Até hoje é o meu herói favorito. Guardava os gibis para ler de novo e a coleção começou a nascer sem querer. Comecei a frequentar as bancas e escolher meus gibis, perguntar por novos. Conhecia todos os jornaleiros da Freguesia", explica Rodrigo.

 

A diversão de criança se tornou um hobby na adolescência e Rodrigo começou a pesquisar revistas raras e se aprofundar nas histórias de heróis como Homem de Ferro, Super Homem, o Incrível Hulk e os mutantes do X-Men.

 

– Comecei a visitar o sebo do Seu César que ficava ao lado do supermercado Mundial. Ia atrás de revistinhas e a coleção começou a crescer. Pesquisava na internet e pelo centro da cidade, onde têm camelôs que vendem e, que às vezes, não tem noção da relíquia que têm em mãos. Já comprei revistas difíceis de serem encontradas por apenas R$ 1! Na Tijuca também há uma loja que é o point dos colecionadores e tenho muitos amigos tijucanos por causa disso – conta Rodrigo que na busca por histórias especiais já gastou até R$ 60 em um exemplar do Batman, "Cavaleiros das Trevas", de 1986.

 

Em 2010, Rodrigo foi convidado pelo site Visto Livre para escrever uma coluna de quadrinhos para leigos ou pessoas afastadas do universo dos quadrinhos, de modo a dar dicas de onde comprar revistas. "Por gostar muito do assunto, comecei a pesquisar, ler livros especializados e fui convidado para colaborar com o site que falava sobre variedades. Escrevi por um ano. Na faculdade não cheguei a desenvolver tanto o meu hobby, pois os acadêmicos de letras ainda têm uma visão arcaica sobre qualidade da leitura em quadrinhos. Atualmente, o processo está mudando e há projetos para transformar alguns clássicos de Machado de Assis em quadrinhos", conta Rodrigo que trabalha como revisor de textos.

 

Para o colecionador, o que mais lhe atrai nas histórias é a proximidade dos super heróis com o lado humano e o paralelo que as histórias fazem com o contexto político e social da época em que são escritas.

 

– O que está por trás das aventuras é o que estimula a curiosidade. Em o Homem de Ferro fica claro o contexto da Guerra fria; na história do Hulk o poder que ele tem acaba atrapalhando a sua vida. A história dos X-Men é uma crítica ao preconceito que a sociedade tem com as minorias. Quando somos crianças, a história fascina pelo colorido, pela leitura rápida, pela parte lúdica, e depois que crescemos a história atrai porque a gente nota que os heróis passam pelo nosso cotidiano – diz Rodrigo que está planejando os detalhes do site Manual HQ que pretende colocar no ar até a metade deste ano para dividir seus conhecimentos sobre o assunto.