União da Ilha

Carta aberta do presidente Djalma Falcão

Costumo escutar e ler elogios e críticas em silêncio, enquanto ocupo meu tempo trabalhando, porém estamos chegando a um ponto de insanidade insuportável. Pessoas que usam as redes sociais para falar besteiras, os famosos “Boca de Bobagens”.


22/03/2019 - Edição 1929

Costumo escutar e ler elogios e críticas em silêncio, enquanto ocupo meu tempo trabalhando, porém estamos chegando a um ponto de insanidade insuportável. Pessoas que usam as redes sociais para falar besteiras, os famosos “Boca de Bobagens”.  Recentemente me mostraram um comentário que a União estava festejando o décimo lugar, o que não é verdade, está satisfeita com o desfile que fez, que ninguém pode em sã consciência negar a qualidade, ou então sem desmerecer as coirmãs, me apontem nove escolas que desfilaram melhor que a Ilha, e que justifique o décimo lugar. Gente que se atreve a dizer que samba não tem bandeira, depois de dois anos sem cair ninguém sem esquecer da Império da Tijuca que caiu há quatro anos atrás e que ninguém entendeu.  Escolas de samba tem “bandeira sim”, assim como clubes de futebol, partidos políticos, o cidadão comum e o trabalhador que tem que carregar a bandeira da luta pela sobrevivência no seu dia a dia. Ter a ousadia de falar de samba de enredo sendo o “autor” da pior nota da escola dos últimos anos.  A União da Ilha desfilou bem sim, para o desagrado dos pessimistas, que não passam de grandes preguiçosos que ficam olhando pelas frestas das janelas, torcendo para dar errado para falar para os hipócritas ao lado “não te disse?”.  Pagamos em média 50% das dívidas da União, diminuímos em 30% os gastos com luz, telefone e salários, montamos um almoxarifado que nos permitiu o aproveitamento de mercadorias em torno de R$ 300 mil, isso feito porque a diretoria anterior trabalhou para que tais medidas pudessem ser colocadas em práticas agora.  Captamos em torno de R$ 1,5 milhão, sendo 80% em material, valor nunca antes arrecadado. Tiramos 200 diretores fantasmas da avenida, sem deixar de acomodar todos os que mereciam dignamente desfilar.  Isso tudo incomoda muita gente, que tem o desplante de aparecer no domingo de carnaval procurando sua camisa, sem ter colocado os pés na agremiação durante o ano inteiro, sem sequer saber o samba de enredo.   Com relação aos ensaios comerciais, não fizemos, assim como muitas outras agremiações, pelo simples fato de darem prejuízos, pois os “Boca de Bobagem” simplesmente não aparecem e são os mesmos que ficam próximo ao carnaval implorando uma camisa para desfilar na avenida. É muito difícil ter que aturar uma pessoa, sem a menor expressão no mundo do samba, divulgar nas redes sociais no viva-voz que me xingou na apuração, como se isso fosse um grande feito, e talvez seja, já que não existem outros. Ver pessoas aplaudindo (componentes de ala agredindo verbalmente a diretoria e ainda por cima tendo o apoio do chefe de ala) gente que não torce por samba e sim por pessoas.  Não ter talento não é pecado, mas fingir que tem é loucura. E essa frase serve para muitos em quaisquer atividades da vida. Cansa conviver com familiares que querem que seus parentes sejam campeões da disputa todos os anos. Aqui é escola de samba, não concurso de miss brasil.  Acho que está na hora dessas pessoas botarem a cara, montar uma chapa e participar das eleições. Com suas ideias tão originais já realizadas há anos com seu profissionalismo e conhecimento serão campeões no primeiro ano. Ao invés disso, se infiltraram em todas as escolas da Ilha e acabaram com todas elas, deixando nas mãos de alguns guerreiros que lutam para ressuscitá-las  A maioria não sabe o sacrifício para manter uma escola como a União da Ilha no grupo de elite com verbas as vezes 50% menor do que muitas escolas. E não venha falar de patrocínio já que não existe retorno do Marketing e hoje é uma dificuldade para todos.  Tem escolas renomadas que já não são campeãs há 10 anos, outras há 18 anos e até as que nunca foram, e o povo não fica atirando pedras em seu próprio telhado, ao contrário, se juntam para mudar a situação, assim como a maioria do povo da Ilha faz. Não temos pretensão de sermos donos da verdade. Somos seres humanos cercados de erros por todos os lados, mas não aceitamos agressões verbais ou físicas, já dizia o ditado “Pau que dá em Chico, dá em Francisco”. Infelizmente estamos convivendo com doentes das redes “anti-sociais”, aí irão dizer, como já disseram, que o doente sou eu, e sou, só que a minha doença é física, pode sarar, mas a deles é na alma, não tem cura.  Enfim, tem gente que conta estória e gente que faz história, e ainda bem que estamos cercados de várias dessas pessoas. Agora, enquanto eles vão para seus computadores falar mal desse texto, eu e meu povo vamos dormir o sono tranquilo de quem se esforçou para fazer o melhor.  Para finalizar, esse desabafo não corresponde ao grau de importância aos fatos, nem das pessoas que fazem os olhos e ouvidos dos outros de pinico, até porque não dou a menor importância a nenhum deles, é só pra eles não pensarem que a idiotice é uma unanimidade.  Djalma Falcão