10/05/2019 - Edição 1936
Dos campos da Vila Panamericana, onde hoje está instalada a Vila Olímpica Nilton Santos, aos gramados do Brasil e do mundo é a trajetória vitoriosa do insulano, Diego Souza, atual jogador do Botafogo, que durante a carreira chegou ao maior sonho de um atleta profissional de futebol que é vestir a camisa da seleção brasileira. E com ela, Diego entrou para a história ao se tornar o jogador mais rápido a fazer um gol, logo aos 10 segundos de jogo contra a Austrália em junho de 2017.
Nascido e criado nos becos e vielas do Boogie Woogie, Diego Souza, ou Orelha, como era seu apelido na infância, não nega as raízes e diz que tem orgulho das suas origens. A vida de um jogador de futebol requer desafios difíceis, e um desses é viver longe da família e dos amigos. Atualmente morando na Barra da Tijuca, garante que sempre quando pode vem para a Ilha do Governador, direto para a sua comunidade, onde encontra os velhos amigos e muita paz.
— A Ilha do Governador é a base de tudo na minha vida. Foi aqui que dei meus primeiros passos no futebol, no Projeto Criança Futuro. Aqui tenho minha família e fiz diversos amigos que torcem verdadeiramente para o meu sucesso. Posso dizer que joguei em praticamente todos os campos amadores da Ilha e disso não vou esquecer jamais. Tudo que eu conquistei na carreira eu devo as pessoas que estão aqui e, é isso que me faz amar essa região — conta Diego Souza que relembrou com alegria das antigas rivalidades entre os bairros, campos de futebol.
Dos campinhos de grama alta das peladas, que serviram de sala de aula para o futebol e antes de se tornar o craque que é, se aventurou no futsal tendo jogado na Associação Atlética Portuguesa e na Ascaer. Mas foi através de um amigo de pelada do seu pai Marco Aurélio, Jairo Leal, então auxiliar-técnico de Parreira, no Fluminense, que o craque Diego Souza começou a trilhar o caminho para o futebol profissional.
Aos 15 anos, ele chegou ao centro de formação tricolor, em Xerém, e teve uma ascensão meteórica. No Flu, assinou o primeiro contrato profissional e, em 2005, com 19 anos, foi vendido para o Benfica, em Portugal. Neste mesmo ano, foi emprestado ao Flamengo. Depois jogou no Grêmio, Palmeiras, Atlético-MG, Vasco, Al-Ittihad, Cruzeiro, Metallist, Sport-PE, São Paulo e por fim, no Botafogo, seu clube atual.
Prestes a completar 34 anos, ele já definiu como vai ser sua vida quando pendurar as chuteiras. Diego tem planos de criar um projeto social na região que envolva crianças e idosos. Pretende também curtir os filhos, Davi e Manuella, a família e os amigos.
— Sou apaixonado por esse lugar, a minha vida é aqui. Busco sempre valorizar a Ilha, mesmo sabendo das dificuldades de segurança pública do Rio. Aqui tudo é melhor e conseguimos ter mais tranquilidade e paz para viver. A verdade é que quem vive aqui é um privilegiado.
De origem humilde e bom caráter, Diego Souza é um insulano cujo sucesso foi conquistado através de muito esforço pessoal, atitude que sugere aos jovens para serem um vitorioso na vida. É um atleta de origem modesta cuja trajetória serve de inspiração para quem tem o sonho de brilhar nos campos de futebol. Diego Souza é Gente da Ilha!