Gente da Ilha

Didinho dá as cartas no futebol

Didinho nasceu em Olaria e passou a infância jogando futebol nos campinhos que havia nos bairros do subúrbio da Leopoldina. Criado em uma família humilde, o menino recebeu dos pais, Júlio e Iolanda, orientações e educação que foram referência na sua trajetória de vida. Sebastião Moraes, o Didinho, como é conhecido entre os amigos, é um homem admirado tanto como ex-jogador, quanto coordenador de futebol da Lusa.


09/12/2016 - Edição 1810

O campeão Didinho considera a esposa o grande alicerce do seu sucesso
O campeão Didinho considera a esposa o grande alicerce do seu sucesso
Didinho nasceu em Olaria e passou a infância jogando futebol nos campinhos que havia nos bairros do subúrbio da Leopoldina. Criado em uma família humilde, o menino recebeu dos pais, Júlio e Iolanda, orientações e educação que foram referência na sua trajetória de vida. Sebastião Moraes, o Didinho, como é conhecido entre os amigos, é um homem admirado tanto como ex-jogador, quanto coordenador de futebol da Lusa.  — Eu e minha irmã Cidália recebemos de nossos pais uma educação pautada em princípios como respeito ao próximo e, sobretudo, honestidade. Meu pai era estivador e minha mãe empregada doméstica. Vê-los trabalhando e defendendo nossa família com dignidade e resignação foi a grande lição que tivemos e que nos acompanhou durante toda nossa vida — disse o ex-jogador da Associação Atlética Portuguesa e de outros clubes como Botafogo, Bangu, Bonsucesso, Volta Redonda, Americano,  América Mineiro, Belenenses de Portugal e Gran Valencia, da Venezuela. Morador do Tauá é casado há 50 anos com a insulana Sirley Loyola de Moraes — neta do doutor Agenor de Almeida Loyola, primeiro farmacêutico da Ilha do Governador -, o casal tem três filhos, quatro netos e um bisneto. “A vida de jogador de futebol era e é muito corrida. Estávamos sempre viajando e, às vezes, deixamos a família em segundo plano. Mas minha esposa é uma mulher fantástica, foi uma mãe presente e quando precisou foi pai também. É nosso grande alicerce”, falou Didinho, referindo-se com carinho à sua companheira. Sobre a Lusa, Didinho disse que tem grande respeito e admiração pelo clube que defendeu como jogador profissional por duas vezes e onde foi técnico em 2014 e 2015 tendo conquistado várias vitórias para o time de juniores. Atualmente ele coordena as divisões de base da Portuguesa.   — Me sinto em casa na Lusa. Tenho espaço para trabalhar o futebol da forma como entendo que deve ser jogado. Como atleta, tive a sorte de pertencer a uma geração de jogadores de talento magistral. Joguei contra Pelé e poderia parar por aqui, mas não posso deixar de falar de outros contemporâneos como; Garrincha, Brito, Nilton Santos, Zagallo, Carlos Alberto Torres, Paulo César Caju, entre outros gigantes do futebol brasileiro. Por isso, digo aos jovens talentos, que o melhor futebol é aquele mais simples e objetivo.  Sempre otimista e comunicativo, o campeão Didinho é reverenciado pelos torcedores e diretoria da Lusa. Ídolo da família, especialmente pela conduta ética que tem dentro e fora dos gramados, aos 73 anos, o professor está firme no propósito de ensinar aos mais jovens o futebol primoroso que ele conheceu durante a sua carreira de jogador de sucesso. É nele que a equipe da Portuguesa encontra a tranquilidade para os momentos mais difíceis. Quando o time precisa se renovar para garantir vitórias, fala alto a sabedoria e a experiência de Didinho que conhece os segredos do futebol profissional. Além de um grande ser humano é referência que ajuda o clube e atletas no caminho das vitórias. Como cidadão é respeitado pelo bom exemplo que é.