Gente da Ilha

A cultura deve muito a Deolinda

Nascida no Hospital da Força Aérea do Galeão, a insulana Deolinda Avelar sempre dedicou sua vida à cultura. Descendente de portugueses, a filha de José Gomes e Victória Avelar, teve uma infância feliz cercada pelos irmãos Antônio Avelar, Maria Victória e a irmã mais velha Letícia além, dos primos que residiam na mesma rua.


23/12/2015 - Edição 1760

Deolinda cuida da biblioteca Euclides da Cunha com eficiência e dedicação
Deolinda cuida da biblioteca Euclides da Cunha com eficiência e dedicação
Nascida no Hospital da Força Aérea do Galeão, a insulana Deolinda Avelar sempre dedicou sua vida à cultura. Descendente de portugueses, a filha de José Gomes e Victória Avelar, teve uma infância feliz cercada pelos irmãos Antônio Avelar, Maria Victória e a irmã mais velha Letícia além, dos primos que residiam na mesma rua. — Eu fui criança na Ilha em uma época de ouro. Minha família sempre foi muito unida e nossas brincadeiras quase sempre foram na praia. Nasci e moro na mesma casa em frente à Praia da Bandeira. E quando não estávamos na praia, nos divertíamos no quintal de casa que é bem grande. Lembro que nossa família se reunia nas noites mais quentes e íamos pescar siri. Era uma delícia, porque era bem em frente de casa. Pegávamos os siris, e as mulheres cozinhavam na hora e comíamos nas areias da praia mesmo. Essa reunião entre familiares e vizinhos se estendia até a madrugada, pois naquele tempo a Ilha era outra, não tinha violência, era um recanto — diz Deolinda. A insulana iniciou sua vida estudantil na escola Cuba e, depois, deu prosseguimento no Colégio Mendes de Moraes. O ensino médio foi concluído na Escola Normalista Heitor Lira, na Penha, em face do desejo de lecionar e porque naquela época, não havia, na Ilha, escolas que ensinassem o ofício de professor de ensino fundamental. Depois de um tempo como professora a Deolinda decidiu fazer faculdade de biblioteconomia, e foi graduada na antiga Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Pouco tempo depois, a bibliotecária conseguiu uma vaga para trabalhar na antiga biblioteca do Cocotá, cujo espaço era de apenas 35 metros quadrados na Rua Apaporis.  Divorciada, mãe de Aloísio, 37, José, 26 e avó de Laura de 10 anos, Deolinda lutou pela conquista de uma nova biblioteca, melhor aparelhada e com mais espaço para atender à população da Ilha.  — Foram tempos difíceis, mas com perseverança consegui entregar um projeto ao prefeito Marcelo Alencar, que passou ao seu sucessor César Maia e, em 1996, conseguimos esse prédio excelente onde estamos instalados com conforto para os funcionários e visitantes — disse a gestora da Biblioteca Municipal Euclides da Cunha, que há 35 anos colabora com a cultura da região. Sempre tranquila, Deolinda atende todos que a procuram na biblioteca e os trata com muita atenção. Apaixonada pela Ilha e pela natureza que cerca a região, a bibliotecária recebe a homenagem do jornal Ilha Notícias nesta edição de Natal pela dedicação de mais de três décadas trabalhando em prol da cultura. Ela tem o reconhecimento da população pelo excelente trabalho que já fez, e agora faz, para manter a biblioteca aberta e funcionando com competência