Gente da Ilha

Um compositor e músico genial

Nascido há 65 anos no bairro de Ramos, o compositor e violonista Cleber Augusto da Cruz Bastos, filho de Ari Bastos e Odeth da Cruz, ambos falecidos, teve uma infância feliz cercado pelos irmãos Lúcio e Odari e muitos amigos em uma época romântica no Rio de Janeiro.


13/11/2015 - Edição 1754

Sempre de bom astral, o violonista e compositor está de volta ao cenário musical com seus shows de samba
Sempre de bom astral, o violonista e compositor está de volta ao cenário musical com seus shows de samba
Nascido há 65 anos no bairro de Ramos, o compositor e violonista Cleber Augusto da Cruz Bastos, filho de Ari Bastos e Odeth da Cruz, ambos falecidos, teve uma infância feliz cercado pelos irmãos Lúcio e Odari e muitos amigos em uma época romântica no Rio de Janeiro.  Admirador do Rock, estilo musical que fazia a cabeça de boa parte dos jovens da década de 60, a música entrou em sua vida após o irmão Odair deixar de lado um violão que comprara. Cleber então resolveu aprender a tocar o instrumento e, em pouco tempo, passou a tocar com um estilo muito peculiar despertando o interesse de alguns músicos da época. Seu primeiro trabalho com música foi com Leno e Lílian, dupla de cantores que fez sucesso na época da Jovem Guarda.  O tempo passou, e em meados dos anos 70, o músico, apaixonou-se por uma jovem insulana e veio morar com a moça na Colônia de Pescadores Z10. Assim a Ilha do Governador encontrou lugar no coração de Cleber e a região o acolheu de forma carinhosa. — Tenho tantos amigos aqui na Ilha. Aqui vivi tantos momentos maravilhosos. E ainda vivo — diz Cleber, que já morou em diversos bairros insulanos como Moneró, Tauá, Bancários e Cacuia. Após terminado o relacionamento com a jovem insulana, casou-se com Rita de Cássia, com quem tem duas filhas. No início dos anos 80 o violonista começou a frequentar o Cacique de Ramos, onde se reunia a nata do samba. “Em uma dessas minhas visitas ao Cacique, o violonista do Grupo Fundo de Quintal faltou e me pediram para tocar em seu lugar. Eu aceitei e imprimi o meu estilo de tocar violão com uma pegada meio Rock e fiz sucesso. Desse dia em diante passei a fazer parte do maior grupo de samba da história da música popular brasileira”, disse Cleber, que ficou no Fundo de Quintal durante 26 anos. Em 2008 o músico resolveu seguir carreira solo e saiu do Fundo de Quintal. Três meses depois recebeu a impactante notícia que tinha um câncer na garganta e precisou fazer cirurgias e tratamentos contra a doença, fato que o deixou sem voz. Como um grande guerreiro, Cleber, que tem muita fé em Deus, se reergueu e faz shows com os maiores nomes do samba em um projeto realizado pela filha Carien Bastos que é produtora musical, contando com o apoio da empresária do Restaurante Ponta Pé. Atualmente o músico está dividido entre a Ilha e a Tijuca em face de assuntos pessoais, mas a maior parte do tempo, Cleber garante que fica por aqui, lugar onde ele diz renovar a vida. Seus fãs da Ilha e do Brasil sabem que a fé dele em Deus pode tudo, e querem sempre vê-lo com força à frente dos shows, apresentando suas músicas, cujos conteúdos são referência de criatividade e sentimentos. Um exemplo é o sucesso nacional da canção “A Amizade” cuja autoria divide com os insulanos Djalma Falcão e Bicudo.  Parabéns Cleber, você além de compositor e músico de grande talento é humilde e simples, como são os grandes gênios.