Gente da Ilha

Velho do Rio expõe sua arte na Lona

A Lona Cultural Renato Russo, no Cocotá, está com a mostra “Nada se perde, tudo se transforma”, do artista plástico Narciso Alves Bezerra, conhecido como Velho do Rio. São 10 esculturas feitas com material reciclado que o artista recolhe das ruas.


16/01/2015 - Edição 1711

O artista exibe orgulhoso uma das peças expostas no mostra: "O Pavão"
O artista exibe orgulhoso uma das peças expostas no mostra: "O Pavão"
A Lona Cultural Renato Russo, no Cocotá, está com a mostra “Nada se perde, tudo se transforma”, do artista plástico Narciso Alves Bezerra, conhecido como Velho do Rio. São 10 esculturas feitas com material reciclado que o artista recolhe das ruas.    Cada peça exposta recebeu um nome e entre as mais curiosas e fotografadas estão: o “Sexagenário”, escultura feita nas medidas de um homem adulto, utilizando arame, borracha, fios, fitas e madeira e o “Ventre Livre”, escultura de uma mulher, também em tamanho proporcional ao de um adulto que faz uma clara referência à Lei do Ventre Livre, lei que concedeu liberdade aos filhos de escravos. Segundo Narciso, um dos motivos que o motivaram a enveredar para o caminho da arte com uso da reciclagem foi à quantidade de lixo que é jogado pelas ruas e calçadas da Ilha.    A inspiração para criar seus elementos artísticos, Velho do Rio diz que vem da infância. Dos momentos felizes que viveu na cidade de Serra Redonda, na Paraíba, onde convivia com muitos animais, principalmente, aves.   O artista expõe outras obras na Lona, como o Mutum Campestre, uma espécie de ave do agreste brasileiro; a Tacaca - um roedor parecido com o gambá; a Arara; o Pavão; o Socó - ave típica do sertão brasileiro e o Jarrão, que como o nome já diz, é um jarro grande. Além do acervo em exibição na Lona Cultural Renato Russo, o artista tem outras obras de arte em diversos pontos da Colônia Z-10, como “Os Marrecos,” e na Fundação Oswaldo Cruz está sua maior obra, “A Garça”, cujas medidas chegam a dois metros e meio.   O Velho do Rio estuda a possibilidade de iniciar um projeto para ensinar arte com material reciclável para crianças com limitações e deficiências. “Acho importante ter a continuidade deste trabalho. Tenho 88 anos e gostaria de passar um pouco do que sei para crianças que talvez nem saibam que possuem talento para artes plásticas. Por enquanto é um sonho, mas quem sabe pode virar realidade” – sonha o criativo artista, cuja matéria prima é interminável.    “Nada se perde, tudo se transforma” está na Lona, diariamente, no horário de 15h às 20h, inclusive fins de semana.