Gente da Ilha

De carregador na feira a dono de Hortifruti

Aos oito anos de idade, o insulano André Luiz Ferreira de Oliveira começou a trabalhar vendendo fatias de tortas nas ruas da Ilha. O dinheiro que conseguia servia para ajudar a família humilde com 13 irmãos. Esforçado, também trabalhou fazendo carreto nas feiras livres da região, vendeu camarão de porta em porta, foi pizzaiolo, e aos 22 anos, iniciou a atividade que o tornou mais conhecido: a venda de frutas no comércio e nas residências da Ilha. Hoje, aos 38 anos comanda o Hortifruti Só Tem Filé, cujo nome é uma referência a expressão que usava para anunciar as frutas nas ruas.


02/05/2014 - Edição 1674

André com os morangos e caquis fresquinhos do seu Hortifruti Só Tem Filé
André com os morangos e caquis fresquinhos do seu Hortifruti Só Tem Filé
Aos oito anos de idade, o insulano André Luiz Ferreira de Oliveira começou a trabalhar vendendo fatias de tortas nas ruas da Ilha. O dinheiro que conseguia servia para ajudar a família humilde com 13 irmãos. Esforçado, também trabalhou fazendo carreto nas feiras livres da região, vendeu camarão de porta em porta, foi pizzaiolo, e aos 22 anos, iniciou a atividade que o tornou mais conhecido: a venda de frutas no comércio e nas residências da Ilha. Hoje, aos 38 anos comanda o Hortifruti Só Tem Filé, cujo nome é uma referência a expressão que usava para anunciar as frutas nas ruas.    – Quando alguém me perguntava quais frutas que eu tinha para vender no dia, eu respondia “Só tem filé”. Passei a chegar aos lugares e as pessoas me chamarem de filé.  Tem gente que acha que o Hortifruti tem nome de açougue, mas tem tudo a ver com a minha história – explica.   André conta que a sua mãe Geci Ferreira era baiana e teve 18 filhos. Cinco faleceram ainda crianças e dos 13, apenas ele e o irmão Evandro nasceram no Rio.    – Sempre morei nos Bancários e a nossa infância foi difícil. Meu pai faleceu quando eu tinha quatro anos e minha mãe trabalhava como faxineira em casa de família. Ainda encontro pessoas na Ilha que se lembram de quando eu era criança e vendia as tortas que a minha irmã fazia – comenta.   Para vender as frutas a pé, a rotina começava cedo. Às 4h30, André ia de ônibus rumo ao Ceasa em Irajá: “Na volta, esperava um motorista conhecido da linha 634, para poder colocar as caixas de frutas                                                com calma no                                                                                                                                                      ônibus”, conta.   Quando chegava à Ilha, tinha o apoio de alguns lojistas que o deixava guardar as caixas de frutas, enquanto ele levava outras para vender. – Vendia pela Ilha toda, até em comunidades. Com o tempo, a demanda aumentou e eu consegui comprar um carro, o que facilitou o meu trabalho – lembra.   Para André, a loja que completa três anos em setembro, foi a realização de um sonho. “Quando aluguei, não tinha nenhum dinheiro guardado para fazer uma obra de adequação do espaço. Tive a ajuda de amigos que parcelaram o material de construção e de um cunhado que fez a obra junto comigo”, explica André, que administra o Hortifruti com a esposa Patrícia e o filho mais velho Carlos André, de 18 anos.    – Eu e a Patrícia começamos a namorar quando eu tinha 14 anos e ela, 12. Nunca mais nos separamos. Temos uma filha também, a Isabelle, que tem 15 anos Estou muito feliz porque seremos avós do Samuel, filho do Carlos André, que chega em agosto – diz.  O Hortifruti Só Tem Filé fica na Avenida Paranapuã, 809, nos Bancários. Informações: 3396-0123.