Enigmático, Dael distribui alto astral

Quem passa pela Praça Jerusalém, na Praia da Bica, no mesmo momento que um senhor de barba e cabelos brancos pratica uma espécie dança, fica no mínimo curioso com a situação. Usando fone de ouvido e reverenciando pedestres e motoristas, o insulano Dael Lemos explica que a atividade é um exercício de mentalização e espiritualidade. Aposentado da IBM, Dael tem 61 anos, e conta que, pelo menos cinco vezes na semana, vai ao local para relaxar o corpo e a mente.   – Sempre busquei fazer algo que me traga paz e boas energias. Quando estou realizando o exercício, busco pensar em coisas boas e emanar felicidade para todas as pessoas que passam. Oferecer vibrações positivas é a chave para ser feliz – conta Dael, que é casado e pai de dois filhos.   Além de praticar a atividade na Praia da Bica, Dael distribui o jogo pega varetas para as pessoas que ele se sente mais a vontade. “Crianças ou adultos, pobres ou ricos. Se eu vejo que aquilo pode render um sorriso, então eu dou o brinquedo”, explica Dael, que compra mais de 150 jogos e distribuir pela região.   A série de exercícios na praça costuma durar de duas a quatro horas e, neste tempo, Dael observa todos que passam e, se nota alguém triste, interage para levantar o astral.   – Qualquer pessoa que passa, eu cumprimento. Alguns pensam que eu sou maluco, então eu ajo como maluco, mas na maioria das vezes tento passar felicidade para as pessoas, pois não gosto de ver ninguém triste – comenta Dael, que mora no Jardim Carioca há mais de 30 anos.    O ritmo dos exercícios que pratica depende da música que escuta no mp3 player. “Costumo ouvir muito blues e rock dos anos 70, mas tenho escutado bastante Prince e Norah Jones também. Minha música preferida para as atividades físicas é Stairway to Heaven, do Led Zeppelin, porque ela vai mudando o ritmo durante a execução da música. Começa lenta, depois fica mais agitada e termina mais calma, como meu exercício”, finaliza Dael.   Esse é o bom Dael, cuja presença na Praça Jerusalém aguça a curiosidade de quem passa por lá. E ele só quer distribuir felicidade.