Gente da Ilha

Macalé quer Acadêmicos do Dendê no topo

A vida do insulano Ubiraci de Oliveira, conhecido como Macalé, se cruza com a história da escola de samba Acadêmicos do Dendê. Em 1965, o pai, Moacir de Oliveira, foi um dos fundadores de um bloco, que 27 anos depois, deu origem à agremiação. Na infância, Macalé lembra que o bloco arrastava centenas de foliões pela Ilha e chegou a ser campeão do concurso Banho de Mar à Fantasia, realizado na Praia da Bica.


27/12/2013 - Edição 1656

Macalé declara amor a escola fundada pelo seu pai
Macalé declara amor a escola fundada pelo seu pai
A vida do insulano Ubiraci de Oliveira, conhecido como Macalé, se cruza com a história da escola de samba Acadêmicos do Dendê. Em 1965, o pai, Moacir de Oliveira, foi um dos fundadores de um bloco, que 27 anos depois, deu origem à agremiação. Na infância, Macalé lembra que o bloco arrastava centenas de foliões pela Ilha e chegou a ser campeão do concurso Banho de Mar à Fantasia, realizado na Praia da Bica.   Sempre envolvido com a organização do carnaval, Macalé, que tem 62 anos, deixou o cargo de presidente de honra para assumir a presidência administrativa da escola e tem grandes expectativas para o desfile de 2014.   Nascido e criado na comunidade do Dendê, Macalé revela que tinha 14 anos quando o pai e um grupo de amigos deram início ao bloco Unidos do Dendê.   — Meu pai reuniu os amigos de samba Filhinho, Tino, Benizário, Fizinho, China, Aurélio e Alcides e começaram os ensaios em um terreno que ficava na esquina da Rua Catugi com a Rua Iguatemi, no Dendê. Lembro que ficava lotado e eu cresci acompanhando a batucada — conta Macalé que atualmente mora na comunidade Nossa Senhora das Graças, o Boogie Woogie.   Com o destaque na região, o bloco alcançou o título de Escola de Samba em 25 de junho de 1992 e, três anos depois, conquistou o primeiro campeonato.   — Chegamos a desfilar com mais de dois mil componentes. Em 1995, a Acadêmicos do Dendê foi campeã da série B. O melhor grupo que a escola desfilou foi em 1997 na série A do antigo grupo de Acesso — recorda Macalé. Atualmente a escola desfila pelo grupo C.   Em 1998, contudo, a agremiação não desfilou e Macalé conta que foi uma fase difícil. “Foram muitas brigas internas que quase acabaram com a escola. Depois de muitos pedidos, eu regularizei a situação na Associação, pois também não queria deixar a história que meu pai ajudou a construir acabar”, explica Macalé. No ano 2000, a escola voltou ao carnaval com o enredo homenageando os 500 anos do descobrimento do Brasil.   Macalé também ajudou a escola na construção da quadra, que fica na Estrada do Dendê, 191. “Eu morava neste terreno que, desde a minha infância, funcionava como um ateliê para a escola. Havia máquinas de costura e confeccionávamos fantasias aqui. Em 2008, eu me mudei e começamos a obra. A quadra foi oficialmente inaugurada em 2010”, comenta Macalé.   Casado com Arideia Silva e pai de seis filhos, Macalé tem nove netos e dois bisnetos. Animado com o enredo de 2014 “Nosso Samba tem história. Nossa Escola é do Samba”, Macalé acredita na força dos componentes da agremiação.   — Temos que garantir a nossa nota 10 em todos os quesitos antes de ir para o desfile. É nos ensaios que a comunidade pode conseguir isso. A escola tem que se preparar e sair da quadra confiante para vencer esse grande desafio — diz otimista Macalé.