Gente da Ilha

Picolés que fazem sucesso no verão

O picolé vendido por Joaquim Pereira dos Santos refresca os insulanos há 42 anos. Todos os dias, das 10h às 18h, ele percorre as ruas da região e, nos dias mais quentes do verão, vende mais de 120 picolés de variados sabores. Aos 72 anos, ele mantém a rotina diária e conta sobre os clientes fiéis que lhe fazem até encomendas de picolés para festas e eventos.


11/01/2013 - Edição 1606

O vendedor de picolé trabalha à pé diariamente há 42 anos e conquistou grande freguesia na região
O vendedor de picolé trabalha à pé diariamente há 42 anos e conquistou grande freguesia na região

 

O picolé vendido por Joaquim Pereira dos Santos refresca os insulanos há 42 anos. Todos os dias, das 10h às 18h, ele percorre as ruas da região e, nos dias mais quentes do verão, vende mais de 120 picolés de variados sabores. Aos 72 anos, ele mantém a rotina diária e conta sobre os clientes fiéis que lhe fazem até encomendas de picolés para festas e eventos.   Joaquim vende por R$ 1,50 cada picolé que é da marca de sorvetes Baviera. A distribuidora dos picolés fica na rua de mesmo nome, na comunidade do Dendê. O vendedor, que nasceu em Campos, se mudou para a área conhecida como Tribo, no Dendê, em 1964.  Sete anos depois começou a vender o picolé para complementar a renda.   – Meu primeiro emprego na Ilha foi na empresa de ônibus Paranapuan, como lubrificador, onde trabalhei por quatro anos. Depois arrumei outro emprego no Aeroporto, na mesma função. O salário era pouco, então comecei a vender picolés aos domingos e feriados – explica Joaquim que é casado com a cozinheira Maria Pacheco dos Santos, com quem tem oito filhos e 18 netos.   De porta em porta, Joaquim leva os picolés dentro do isopor. O ponto de partida é na Portuguesa, no condomínio Santos Dumont. O trajeto segue pelo condomínio Aerobitas, depois pelas ruas da localidade conhecida como “Casinhas”.    ­– No isopor cabem 250 picolés. Passo anunciando o picolé na porta de casas e prédios e já tenho meus clientes cativos. Tem muita gente que me faz encomendas. Com o calor do verão e as férias das crianças, a saída do sorvete é bem maior. Às vezes trago também sorvete de copinho, que custa R$ 2,50. Depois de passar pelas ruas e comércio da Portuguesa eu vou para o Jardim Guanabara, nas ruas Grão de Areia, Luiz Belart e Cambaúba. Nos dias de evento no Aterro do Cocotá e nas feirinhas da região, também vou vender o picolé – conta Joaquim que para aguentar o sol forte durante a caminhada dá a dica: “Trabalho de chapéu, roupa fresca e sempre paro para descansar e beber água”, diz.   Há 14 anos, Joaquim se mudou com a família para Belford Roxo, na baixada fluminense. O vendedor juntou economias e comprou um terreno em São Vicente, onde construiu a casa.   ­– Surgiu a oportunidade de comprar um terreno com o dinheiro que eu possuía na época. No Dendê, o barraco era pequeno e sofríamos com a falta de água. Mas eu não consegui abandonar a Ilha, que foi a região que me acolheu quando eu cheguei de Campos. Gosto muito da Ilha e das pessoas que conheci aqui. É um prazer vir para cá todos os dias para vender os picolés – garante Joaquim.