Gente da Ilha

Gente da Ilha - Maria Fernandes Caldas

Quando Maura Fernandes Caldas saiu de Campos Elíseos, em São Paulo, cidade onde nasceu, para se mudar com o marido e os cinco filhos para a Ilha do Governador, não imaginava o quanto sua vida ia mudar. Maura tinha apenas 26 anos quando se instalou em uma casa na Rua Comendador Bastos e se encantou com a beleza da Praia da Guanabara, ainda despoluída. Na região, ela trabalhou como sacoleira para ajudar no sustento da família e desenvolve há 50 anos um trabalho social com o Grupo Espírita Amor e Caridade.


13/07/2012 - Edição 1580

Maura coordena o grupo espírita que funciona há 50 anos na Freguesia
Maura coordena o grupo espírita que funciona há 50 anos na Freguesia

 

Grupo Amor e Caridade, o encontro da fé Quando Maura Fernandes Caldas saiu de Campos Elíseos, em São Paulo, cidade onde nasceu, para se mudar com o marido e os cinco filhos para a Ilha do Governador, não imaginava o quanto sua vida ia mudar. Maura tinha apenas 26 anos quando se instalou em uma casa na Rua Comendador Bastos e se encantou com a beleza da Praia da Guanabara, ainda despoluída. Na região, ela trabalhou como sacoleira para ajudar no sustento da família e desenvolve há 50 anos um trabalho social com o Grupo Espírita Amor e Caridade.   Aos 76 anos, Maura conta que a ideia de se mudar para a Ilha foi do falecido marido, José Ferreira Caldas, que buscava um lugar que fosse calmo e trouxesse benefícios para a saúde e proximidade com o mar.    – José era carioca e quis voltar para cá. Quando chegamos aqui na Ilha o transporte era feito por duas linhas de bondes, havia cinemas de rua e as praias eram lindas. Meus cinco filhos cresceram brincando no mar– lembra Maura que é mãe de Sérgio Mauro, Terezinha e José Ferreira Caldas Filho. Maura perdeu dois filhos: Paulo Cesar e Fátima Maria.    Com 33 anos, Maura ficou viúva e para ajudar nas despesas em casa, começou a trabalhar na região vendendo roupas, jóias e produtos da Avon.    – Eu andava com uma bolsa de produtos da Freguesia até o Boogie Woogie. No começo foi difícil, mas depois fiz uma clientela boa. As jóias, um joalheiro de Copacabana trazia para eu revender. Foram 20 anos trabalhando como sacoleira – conta Maura. O trabalho com o grupo espírita surgiu em um momento de dificuldade com uma das filhas, a Fátima Maria. “Fátima teve um problema de saúde e os médicos diziam que ela precisava operar o coração. Nesta época a medicina não era tão avançada e uma operação desta representava risco de vida. Rezava dia e noite pela saúde da minha filha e procurei diversos tipos de ajuda, até chegar a um centro espírita Ubandista. As energias eram muito fortes e poderosas, vi minha filha se curar e fundei um grupo espírita”, explica Maura que mora junto à sede do grupo que fica na Rua Paraim, 214, na Freguesia.   O grupo que funciona há 50 anos faz ações de caridade em apoio à famílias necessitadas que precisem de ajuda como cestas básicas e roupas, além de oferecer reuniões de cura e ajuda espiritual.   – Acredito em um Deus único e sou muito religiosa e feliz com a minha fé no espiritismo. Este trabalho preenche minha alma e meu coração de felicidade. Tudo que posso fazer para ajudar e dividir o que eu tenho com quem precisa, eu faço – garante Maura.   O grupo recebe centenas de pessoas nas reuniões realizadas de 15 em 15 dias e nas datas festivas durante o ano como em outubro, no mês das festas das crianças e no Natal, em dezembro. “Agradeço por conseguir ajudar tantas pessoas que me procuram para obter paz, cura espiritual e proteção. Elas são nossas parceiras para auxiliar as famílias carentes”, diz Maura que conta com a ajuda também de uma equipe de amigos e de seu companheiro João Antônio. “Há 12 anos que ele está ao meu lado como companheiro e amigo cuidando de mim e do grupo”, diz feliz, com fé no futuro.