Gente da Ilha

Talento como compositor e intérprete

Marcus Paulo Moraes Mendes se define como uma pessoa que tem o coração dividido entre duas paixões: a União e o Boi da Ilha. Intérprete oficial do Boi e uma das vozes que compõe o carro de som da União da Ilha, Marquinhus do Banjo, como é conhecido, tem sua história ligada ao carnaval das duas escolas. Compositor, é um dos autores de seis sambas que a União já levou para avenida e nove sambas no Boi da Ilha. Ritmista, foi o responsável pelo cavaco da tricolor insulana de 1989 até 2000. Como intérprete do Boi da Ilha, desde 2009, conquistou pelo segundo ano consecutivo o prêmio Samba Show como melhor puxador do Grupo de Acesso C.


16/03/2012 - Edição 1563

Representante da União e do Boi da Ilha, Marquinhos já marcou sua trajetória
Representante da União e do Boi da Ilha, Marquinhos já marcou sua trajetória

Marcus Paulo Moraes Mendes se define como uma pessoa que tem o coração dividido entre duas paixões: a União e o Boi da Ilha. Intérprete oficial do Boi e uma das vozes que compõe o carro de som da União da Ilha, Marquinhus do Banjo, como é conhecido, tem sua história ligada ao carnaval das duas escolas. Compositor, é um dos autores de seis sambas que a União já levou para avenida e nove sambas no Boi da Ilha. Ritmista, foi o responsável pelo cavaco da tricolor insulana de 1989 até 2000. Como intérprete do Boi da Ilha, desde 2009, conquistou pelo segundo ano consecutivo o prêmio Samba Show como melhor puxador do Grupo de Acesso C.

 

A infância de Marquinhus foi marcada pelo carnaval. Filho de Cidália e Zeca, o intérprete conta que os pais sempre participaram ativamente da preparação do carnaval, comandando alas e frequentado a quadra das duas escolas. "Minha mãe é uma das chefes de ala mais antigas da União. Desde criança, eu já tinha interesse pelos instrumentos e ficava observando os ritmistas durante os ensaios. Depois ia lá, pegava cada um dos instrumentos e tentava aprender", conta Marquinhus que também aprendeu a tocar sozinho o banjo que lhe rendeu o apelido.

 

– Passava as tardes no muro de casa com o banjo na mão e os vizinhos ficavam falando "Olha lá o Marquinhus do Banjo". O apelido pegou – explica Marquinhos que mora na Freguesia, desde que nasceu.

 

A primeira experiência de Marquinhus cantando samba-enredo foi com apenas nove anos. "O Aurinho da Ilha me convidou para cantar o seu samba na disputa de 1981. Minha mãe teve que pegar autorização do juizado de menores na época. Tenho muito orgulho disso, Aurinho foi um grande compositor", conta. Depois de passar pela ala das crianças, bateria, e o cavaco no carro de som, Marquinhus entrou para Ala dos Compositores em 1990.

 

– Na minha primeira disputa em 1991, o meu samba chegou até a final com concorrentes importantes como Djalma Falcão, Bicudo e o Franco. Não venci, mas foi uma emoção enorme, pois tinha apenas 20 anos – diz.

 

A primeira vitória foi em 1992 com o samba "Sou mais minha Ilha". De lá pra cá, as parcerias de Marquinhus foram campeãs no ano 2000, 2009, 2010, 2011 e 2012. Entre as parcerias que já fez nesses 12 anos, Marquinhus se orgulha da oportunidade que teve de compor com Franco e Aroldo Melodia.

 

– Em 1998 fiz parte da parceria do último samba que Aroldo escreveu. Em uma das eliminatórias, o nosso cantor não chegou a tempo e eu representei o samba no microfone. Recebi muitos elogios, mas ainda não passava pela minha cabeça ser intérprete", conta.

 

Somente em 2006, Marquinhus assumiu um microfone no carro de som da Ilha, ajudando o intérprete oficial Ito Melodia. Já o convite para representar o Boi da Ilha surgiu durante um ensaio da escola em 2009.

 

– Cantei o samba do Boi no ensaio da escola e ao final o Kadu, que era o presidente na época, me fez o convite. Na hora nem acreditei, pensei que ele queria que eu cantasse mais vezes nos ensaios, mas ele falou que me queria defendo a escola no desfile e foi uma alegria muito grande pra mim – explica.

 

Além da carreira nas escolas de samba, Marquinhos trabalha como analista de documentação em uma empresa no centro da Cidade e faz shows com o grupo de pagode "1000% Amigos" desde 2004. Ele é casado com Renata de Paula há 19 anos e pai da Caroline de 18 anos, e das gêmeas Larissa e Beatriz de 16 anos. Marquinhus conta que o que mais gosta de fazer é curtir a família nos dias de folga.

 

– Gosto mesmo é de ficar em casa com a minha família e com o meu cavaquinho, que é meu parceiro de inspiração. Sou daqueles que passa o ano esperando o carnaval chegar, que é a minha diversão, meu trabalho e a minha vida – diz o alegre e simpático Marquinhus, uma pessoa de bem com a vida e acessível a todos.