Gente da Ilha - Maurício de Jesus Pinto

Jacaré vende saúde o ano todo

Ele é uma figura simpática e afável que faz parte há sete anos do cenário rotineiro do calçadão da Portuguesa. Trata-se de Maurício de Jesus Pinto que tem uma carrocinha de venda de água de coco, ao lado da agência do Banco do Brasil. Criado em Ramos até os 14 anos, ele está na Ilha há 20 e mora no Jardim Guanabara com a mulher Andrea e a filha Bruna, que em breve completa três anos.

Seu primeiro emprego foi aos 17 anos num escritório de contabilidade onde trabalhou por cinco anos. Depois, se instalou no calçadão da Portuguesa e começou vendendo churrasquinho no mesmo ponto de hoje. Em 2004 iniciou a experiência de vender água de coco e gostou. Agora trabalha de segunda a sexta. Nos finais de semana aproveita as manhãs para levar a carrocinha até a Praça Oswaldo Bouças, onde também tem uma grande clientela. Antes do meio dia o produto costuma acabar diante da procura.

Vascaíno fanático, diz que está feliz com a posição da equipe no campeonato brasileiro. Ele costuma ir ao estádio assistir aos jogos do time da Cruz de Malta e destaca o jogador Dedé como o melhor da equipe. No tempo que sobra, Maurício gosta de passear com a família e brincar com a filha.

No verão, com o calor dos dias escaldantes, Maurício disse que vende mais de 300 cocos por dia. "Quando faz frio ou chove sou obrigado a usar o dinheiro guardado na poupança. As vendas não acontecem," lamenta. Para manter o estoque de cocos equilibrado, ele faz compras na Cadeg ou Ceasa de três a quatro vezes por semana. E dá uma dica: para escolher um coco com bastante água, os melhores são os mais arredondados e não precisa ser muito grande", garante. O copo de 200ml é vendido por R$ 1,50.

Feliz em morar na Ilha, esse carioca da gema, filho do casal Manoel e Marli de Jesus, tem um irmão e uma irmã, e é o caçula da família. Garante que não quer mais sair da região que o acolheu onde tem muitos amigos. Amigos que o chamam carinhosamente de Jacaré, apelido dado, há muito tempo, por um primo que foi morar na Alemanha. Com o primeiro grau completo não sabe se vai ter tempo de voltar a estudar. Acordo todos os dias às 5h e só chego em casa por volta das 21h, vai ser difícil.

– Penso no futuro e lembro da minha filha. Quero ter mais estabilidade econômica para dar o melhor para ela – diz.