Gente da Ilha

Zilli é exemplo de integridade e talento

“Médico não pode perder a essência, precisa ter compaixão e ser cúmplice do paciente”


Por André Oliveira

23/08/2019 - Edição 1951

O doutor Zilli agora é membro titular da Academia de Medicina do Rio de Janeiro
O doutor Zilli agora é membro titular da Academia de Medicina do Rio de Janeiro

Empatia, experiência e competência são características do médico Emílio Cézar Zilli, especialista em medicina do trabalho, terapia intensiva e doutor em cardiologia. O insulano tem uma vida íntegra e profissionalmente dedicada a fazer a diferença no tratamento de saúde dos pacientes. A carreira como médico foi reconhecida pela entidade máxima da medicina, na quinta-feira (15), ao ser empossado como membro titular da Academia de Medicina do Rio de Janeiro, fundada em 1997.

De sobrenome italiano, Emílio Zilli é gaúcho nascido em Santa Maria onde morou com os pais Emílio e Lice Freitas. Aos sete anos, veio para o bairro de São Cristovão, onde passou boa parte da infância alternando com idas e vindas do Rio Grande do Sul. A formação escolar foi toda no Rio. Estudou no Colégio Brasileiro e depois no Pedro II, no Centro da cidade.

— Hoje posso ser considerado um “cariúcho” pela longa trajetória de vida que tenho na Cidade Maravilhosa. Na infância foi um pouco difícil a adaptação, afinal vivia num estilo de vida diferente no sul, com cavalos, banho de rio, caça e outras atividades de quem mora no interior. Já no Rio a realidade era totalmente diferente. Aos poucos fui me acostumando — conta Zilli, com uma expressão de saudades daquela época.

Emílio diz que já nasceu com a vocação para medicina. Desde garoto costumava brincar de médico com os amigos de infância, embora não tivesse ninguém próximo exercendo a profissão. A inspiração definitiva aconteceu pela influência de professores do Colégio Pedro II e depois de uma visita ao Instituto Estadual de Cardiologia Aloísio de Castro, no Humaitá.

— Fiquei fascinado com a estrutura espetacular e como tudo funcionava. Achei maravilhoso e decidi que era com a medicina que queria viver. Resolvi me matricular na Universidade Gama Filho, uma das faculdades particulares de referência, para alcançar esse sonho.

Já a relação com a cardiologia veio cinco anos após concluir o curso de medicina. A ideia inicial era trabalhar exclusivamente com cirurgia cardíaca, mas mudou depois de ter acompanhado de perto o esforço dos médicos com sua própria mãe, que faleceu muito jovem, por problemas cardiológicos. Após uma temporada nos Estados Unidos voltou ao Brasil e motivado por um paciente que morava na Ilha do Governador decidiu em 1980 abrir a Cardioclínica, no prédio 2.500 da Estrada do Galeão.

Em 1989 se estabeleceu na clínica atual. Uma ampla casa na Estrada do Galeão, 1905, em frente à Universidade Estácio de Sá, local onde já atendeu cerca de 75 mil pacientes. Paralelo às consultas na Ilha do Governador, Zilli se dedicou intensamente ao plantão em dezenas de hospitais públicos da Cidade. Lembra com carinho especial dos 35 anos dedicados à CTI do Hospital Geral de Bonsucesso e dos 15 anos que lecionou no Curso de Medicina da UERJ.

Casado há 47 anos com pedagoga Alda Maria, que hoje administra a clínica, Emílio possui três filhos: Alexandre, 41, cirurgião cardiovascular; Pablo, 38, advogado e Tiago, 36, veterinário, que mora em Washington, nos Estados Unidos. “Como médico nós não podemos perder a essência. Médico precisa ter compaixão e ser cúmplice do paciente. Estou feliz, plenamente satisfeito e com energia para atender e continuar minha missão. Na Academia de Medicina tentarei contribuir para melhorar as políticas públicas”.

Dedicado e comprometido com o exercício da medicina de qualidade, o doutor Emílio Cézar é um exemplo de profissional cuja carreira é exercida com competência e, sobretudo, integridade. A Ilha do Governador reverência este gaúcho colorado, que faz a diferença e é respeitado por toda comunidade. É gente da Ilha!