Notícias

Volta às aulas divide opiniões na Ilha

Maioria dos colégios particulares acham que ainda não é seguro


28/08/2020 - Edição 2004

As três irmãs, Júlia, Beatriz e Laura, improvisaram um quarto para os estudos
As três irmãs, Júlia, Beatriz e Laura, improvisaram um quarto para os estudos

Ainda sem uma data de retorno para as aulas presenciais definida, alunos, professores e responsáveis debatem acerca do tema, que divide opiniões sobre os possíveis impactos que a volta pode trazer diante de um cenário pandêmico. Um dos maiores temores de quem se posiciona contra é o receio de uma segunda onda da Covid-19 na Ilha que impactariam as famílias que cumprem isolamento social rigoroso por ter pessoas no grupo de risco. Por outro lado, há uma preocupação de algumas escolas e de pais de alunos quanto ao impacto das aulas mantido o cenário à distância em relação ao aprendizado do aluno.

A prefeitura do Rio reafirmou que ainda não há uma data específica e que a volta segue restringida por decisão judicial. Paralelo a isso, algumas escolas privadas da região, como o Colégio Pensi, Rede MV1, Iglesias e entre outros, já começam a planejar internamente uma proposta pedagógica de retorno seguindo critérios para prevenção e disseminação do coronavírus. Medidas que incluem a redução da capacidade nas salas de aula. A ideia é que seja estabelecida uma educação híbrida cujo objetivo é unificar o aprendizado online e presencial.

Professor Edgard, diretor do Colégio Paranapuã

— Entendemos que o isolamento social possa ter gerado lacunas cognitivas ou emocionais para nossos alunos e, por isso, um time de profissionais ficará focado no acolhimento junto às famílias dando condições para o retorno à nova realidade — explica Camila Bezerra, Gerente de Rotinas Pedagógicas do Colégio Pensi, que desenvolveu uma cartilha de orientação com a criação de um Comitê de Gestão Covid para o retorno das aulas presenciais.

A aluna Letícia Oliveira, 16, cita os problemas com a internet que atrapalham a aprendizagem à distância. “Se a internet não estiver boa, a aula fica travando e você pode perder parte importante das explicações. Além disso, a aula online diminui o engajamento do aluno com a matéria. Mas acredito que seja cedo para retornarmos”.

A estudante Júlia Ribas, 15, do Colégio Paranapuã, também não acha seguro voltar agora. “Eu tenho uma irmã gêmea diabética, que se inclui no grupo de risco e uma irmã de 9 anos que não entende muito sobre o assunto e como lidar. Acho difícil aguentar muito tempo com máscara e sem contato físico dentro de um colégio”.

O Colégio Paranapuã, como o Carpe Diem e o Fernandes Vidal, já se manifestaram contrários a volta neste momento. “Sou radicalmente contra às aulas presenciais enquanto não houver segurança total aos alunos, professores e funcionários”, afirmou o diretor do Colégio Paranapuã, o professor Edgard Torres.