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Viagem por barcas precisa de solução

Nova concessão deve exigir mais horários e novas rotas


18/10/2024 - Edição 2220

O transporte aquaviário da região tem sido alvo de intensas críticas há anos por parte dos moradores. A única linha disponível, que liga a Ilha à Praça XV, no Centro do Rio, enfrenta problemas com embarcações antigas, atrasos constantes e horários inadequados. Para os insulanos, esses problemas comprometem o deslocamento diário e a eficiência do sistema, que poderia ser uma alternativa importante para aliviar o trânsito da cidade e da própria Ilha. 

Uma nova expectativa de melhoria surge para os usuários assíduos do transporte de barcas com uma nova concessão que está por vir e tem licitação marcada para o dia 22 de novembro. A concorrência será eletrônica, com o critério de julgamento baseado no menor preço global. Está previsto no edital um novo trecho, que liga Paquetá à Ilha do Governador, e deixa em aberto também a possibilidade de novas linhas.  

Por parte dos usuários a esperança é que a nova empresa contratada melhore o serviço com a criação de rotas e a adequação da grade de horários, além de embarcações mais modernas. Paloma Rabelo, moradora da Ilha e usuária das barcas, reclama da lentidão do transporte. “Demoramos cerca de 50 minutos para chegar, enquanto há catamarãs em Niterói que se fizesse este trajeto chegaria em 30 minutos. Já seria um avanço, mas parece que não há interesse”, lamenta a insulana.  

Leonardo Araújo, outro usuário frequente, critica os atrasos e os horários: “Uso todos os dias, mas o serviço é ruim, com muitos atrasos”. Já Alexandre Menezes reforça: “Minha maior reclamação são os atrasos constantes e a falta de horários, que poderiam ser muito melhores.” 

Além da questão do tempo, Vitor Hugo aponta o estado precário das embarcações. 

- As barcas são antigas. Se fossem como as de Niterói, atenderiam melhor aqui na Ilha – destaca Vitor, mais um usuário que compara as embarcações arcaicas da região com as mais modernas de Niterói.  

A inadequação dos horários é uma das maiores reclamações, especialmente para quem trabalha no Centro. “A grade atual não atende quem precisa chegar ao trabalho às 7h, 8h ou 9h. Um pequeno atraso pode prejudicar o ponto. A cada atraso meu chefe ironiza dizendo que a cada dia que passa a Ilha do Governador fica mais longe do Centro. Complicado!”, reclama o analista de sistema, Jorge Salgado.  

Um estudo da UFRJ sugere outro modelo de prestação de serviço por cinco anos, no qual a empresa contratada receberá uma porcentagem da receita tarifária e será fiscalizada pelo Governo do Estado. Enquanto isso os insulanos aguardam ansiosamente por novas embarcações, horários e trajetos.