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Vazamentos de óleo na Baía preocupam

Movimento Baía Viva identifica mancha perto da orla da Ilha


15/03/2024 - Edição 2189

As águas do bairro da Ribeira são as mais afetadas durante os vazamentos de óleo
As águas do bairro da Ribeira são as mais afetadas durante os vazamentos de óleo

Recentes vazamentos de óleo na Baía de Guanabara acendem sinais de alerta e causam preocupação entre ambientalistas. O Movimento Baía Viva, que atua há mais de 30 anos na defesa da Baía de Guanabara, identificou nos últimos dias manchas de óleo próximas às áreas industriais da Shell e Moove, e teme que atinjam ecossistemas importantes nas proximidades.

A região afetada pelo incidente ambiental é próxima à diversas instalações industriais, sobretudo aquelas relativas à produção de óleos lubrificantes e ao terminal de combustíveis da Estação Rádio da Marinha, além do Terminal Ilha D’Água, da Petrobrás, e a série de oleodutos da Transpetro.

Pescadores manifestam a preocupação de que a mancha de óleo se espalhe para a foz do Rio Jequiá, alcançando o manguezal. Vale lembrar que o manguezal do Rio Jequiá é protegido desde 1993, sendo tratado como Área de Proteção Ambiental e Recuperação Urbana (Aparu), e abriga uma grande diversidade de espécies migratórias, que anualmente viajam do Canadá e outras regiões, além de ser o lar da comunidade pesqueira da Colônia Z-10.

— É extremamente prejudicial esse tipo de situação, porque afeta todo um ecossistema na Baía de Guanabara e consequentemente a cadeia alimentar. Os pescadores artesanais acabam consumindo espécies contaminadas, por exemplo — explica o ambientalista Sérgio Ricardo, fundador do Movimento Baia Viva.

Sérgio Ricardo ainda alerta para a urgência de medidas preventivas e fiscalização mais rigorosa das atividades industriais na região, a fim de evitar futuros incidentes desse tipo. Segundo ele, os vazamentos têm se tornado mais recorrentes nos últimos tempos e caso não sejam tomadas ações futuras, pode haver um grave desequilíbrio ambiental na região e consequências irreversíveis.

— Cabe ao Inea fiscalizar e multar esses crimes ambientais que infelizmente são recorrentes na Baía de Guanabara. Infelizmente hoje não existe uma fiscalização preventiva — finaliza o ambientalista.