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União da Ilha é rebaixada ao Grupo de Acesso A

Carro alegórico apresentou problemas e parte da escola parou durante desfile. A agremiação ficou em último lugar na apuração


26/02/2020 - Edição 1978

A tradicional águia veio como destaque de um dos primeiros carros // Fotos: RioTur
A tradicional águia veio como destaque de um dos primeiros carros // Fotos: RioTur

Sexta escola a desfilar no domingo de carnaval (23), a União da Ilha levou para a Sapucaí a realidade das favelas cariocas contando o dia a dia dos moradores e suas dificuldades. Apesar do realismo usado nos carros alegóricos, erros técnicos desagradaram aos jurados que rebaixaram a União para o Grupo de Acesso.

O enredo “Nas Encruzilhadas da Vida, Entre becos, ruas e vielas, a sorte está lançada: Salve-se Quem Puder!”, de autoria do diretor de carnaval Laíla, foi criado sob o ponto de vista de uma mulher negra, grávida, que mostra a vida na favela, questiona os poderosos e busca um futuro melhor para o filho.

O casal de mestre-sala e porta-bandeira Phelipe e Dandara

Na Comissão de Frente, dirigida pelo coreógrafo Leandro Azevedo, professores da rede pública de ensino, defenderam a educação como caminho para os jovens, e fizeram uma homenagem à Carolina de Jesus, mulher negra de favela que se tornou uma grande escritora. Ela foi representada pela também escritora e atriz, Kenia Maria, integrante da ONU Mulheres Brasil.

No quesito fantasias foi onde a escola mais perdeu pontos, com três sofríveis notas 9.6. As vestimentas eram leves e com resplendores menores e alegorias grandes e impactantes. Um dos carros que chamou atenção foi o "Reflexos da vida privada", que mostrou milionários e políticos corruptos sentados em privadas douradas.

A rainha de bateria Gracyanne Barbosa durante desfile

A rainha Gracyanne Barbosa, cuja fantasia também apresentou problemas, nas asas que não abriram, representou um pedido de paz à frente da bateria, cujos componentes estavam uniformizados como alunos de escola pública, onde se destacava um coração bordado, simbolizando um futuro digno.

O terceiro carro representou os trabalhadores brasileiros e as suas dificuldades no dia a dia. Foi esse carro que quebrou por volta dos 40 minutos do desfile e deixou a agremiação parada na avenida por vários minutos. Esse problema atrasou a escola, que excedeu o tempo máximo do desfile em um minuto e foi punida em menos um décimo na pontuação geral.

No desfile, a União da Ilha representou os trabalhadores em um dos carros alegóricos

Ao final da apuração a escola ficou em 13º lugar e ano que vem desfilará no Grupo de Acesso A, na Marquês de Sapucaí. O presidente da escola, Djalma Falcão emitiu uma nota trazendo para si as responsabilidades dos erros da escola e agradeceu o empenho de todos que contribuíram para o desfile.