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Tarifa das barcas aumenta para R$ 7,70

Reajuste de 11,6% revolta usuários que exigem melhor serviço


11/02/2022 - Edição 2080

Passageiros reclamam da qualidade do serviço oferecido pela CCR Barcas
Passageiros reclamam da qualidade do serviço oferecido pela CCR Barcas

A vida do insulano que pega o transporte de barcas da região e convive com os transtornos causados pelo mau serviço parece não ter solução. E para piorar, a CCR Barcas, responsável pela concessão da linha Cocotá x Praça XV, anunciou um reajuste na tarifa a partir de segunda-feira (13). O preço da passagem, que custava R$ 6,90, agora passa para R$ 7,70. O aumento equivalente a 11,667% foi autorizado pela Agetransp (Agência Reguladora) com base na variação do IPCA entre fevereiro de 2020 e fevereiro de 2021.  

O reajuste revolta os passageiros que reclamam diariamente do péssimo serviço e, principalmente dos horários, que ainda continuam no regime de lockdown, mesmo o estado já tendo saído há meses destas medidas restritivas. Para se ter uma ideia, o insulano que deseja ir ao Centro da cidade só possui três horários de manhã: 6h, 8h10 e 10h20. Caso queria regressar a Ilha, existe apenas três horários noturnos: 17h20, 19h40 e 21h50. A arquiteta insulana Luciana Pombal, 45, lamenta o descaso da concessionária com o passageiro.  

— O serviço é arcaico, nada confortável. Todos os dias sofremos com o calor e a má limpeza das embarcações. Além do mais, os horários não me atendem nem um pouco. Eu saio do trabalho às 16h e preciso esperar por 1h20 caso queira voltar para a Ilha de barca. Quando estou com pressa tenho que optar, infelizmente, pelo Uber, um valor mais caro, ou os ônibus que são superlotados. Se a barcas funcionassem direito, não teríamos problemas com isso — lamenta Luciana.  

Para os moradores a falta de confiança no serviço e os poucos horários não estimulam o uso do transporte como alternativa ou preferencial. Para o insulano Roberto Maria Gonçalves, 54, o aumento se justificaria se acompanhado de mais horários e melhorias no estado de conservação. Ele relembrou que todo ano, nesta época, há o aumento e nunca existe contrapartida alguma para o usuário.  

— Se o aumento viesse acompanhado de mais barcas disponíveis de hora em hora, mais opções de ida além da Praça XV, ou até mesmo de barcas mais modernas e até menores para atender a necessidade de cada horário, a gente até pensaria em aceitar este reajuste. Mas sabemos que isso é só mais uma jogada de letras miúdas de contrato, que acabam onerando o trabalhador. É triste essa situação — disse Roberto.  

Procurada, a CCR Barcas limitou-se a dizer que o reajuste da tarifa é anual e obedece a correção do índice de inflação. Quanto as reclamações dos usuários, a concessionária não se manifestou.