Projeto leva cidadania ao Guarabu

Um projeto social na comunidade Guarabu está se destacando por conseguir aliar esporte e solidariedade. Trata-se do “Movimento Nossa Ilha — Quem Ama, Cuida”, dirigido pelo judoca insulano Osvaldo Pereira, que oferece, gratuitamente, aulas de artes marciais para crianças e adolescentes da comunidade.

O projeto é executado há dois anos e tem como finalidade servir como estímulo na busca pela cidadania através do esporte. A equipe do projeto conta com 25 professores que dão aulas de judô, jiu-jitsu, muay thai, karatê e capoeira para cerca de 150 jovens da comunidade.

— A maior motivação para desenvolver esse projeto foi a minha história de vida. Minha mãe sempre se preocupou comigo e com meus irmãos por sermos criados dentro da comunidade. Ela temia que a gente ficasse tempo demais ocioso e seguíssemos um caminho errado na vida e nos direcionou ao esporte, foi quando eu conheci o Judô. Me apaixonei, e construí minha carreira. Hoje sou Campeão Carioca, Brasileiro e Panamericano, além de professor há mais de 12 anos — conta Osvaldo, completando — Meu maior desejo é fazer com que histórias como a minha se repitam.

Paralelamente, o projeto esportivo realiza um trabalho de ajuda às famílias mais necessitadas, com campanhas de doação de alimentos e roupas, pelo menos uma vez ao mês.

— Nossa “taxa” para participar das aulas é levar 1 kg de alimento não perecível, por mês. Como hoje temos cerca de 150 alunos, são 150 kg de alimento que conseguimos arrecadar para distribuir entre as pessoas que passam por dificuldades — explica o judoca.

De acordo com Osvaldo, o projeto nasceu para ajudar pessoas. “Eu sentia que poderia ajudar mais a comunidade de alguma forma, mas não sabia como. E com o apoio dos outros professores, conseguimos elaborar uma maneira de ir além e ajudar a quem precisa”, explica.

Osvaldo diz que se sente realizado em contribuir na vida de tantos jovens da comunidade e evitar que entrem no caminho da criminalidade. Nesse sentido, enxerga que o seu trabalho é fundamental na transformação de vidas.

— Somos capazes de mudar a vida de qualquer pessoa, só precisamos botar um pouco o coração para fora”, ensina.