02/05/2025 - Edição 2248
A Ilha do Governador pode, enfim, caminhar rumo à realização de um sonho antigo: a criação de um museu dedicado à memória, história e identidade da região. Trata-se do Projeto Museu Insulano, que desde setembro de 2024 atua de forma voluntária, promovendo ações de triagem, catalogação e preservação de acervos históricos da região.
A iniciativa surgiu a partir dos esforços do CRHIG (Centro de Referência da História da Ilha do Governador) e de um coletivo de pesquisadores e moradores que se mobilizam para estruturar um museu comunitário, com base na museologia social e participativa. A proposta vai além de exposições tradicionais: o objetivo é criar um espaço de convivência, troca de saberes, acesso à informação, conferências, oficinas e projetos de valorização cultural.
O grupo busca apoio da Secretaria Municipal de Cultura (SMC) para angariar profissionais para este sonho. A cessão de museólogo, equipamentos de proteção individual e apoio para controle de pragas no acervo são fundamentais para o bom desenvolvimento do projeto. Mesmo ainda sem este apoio, os trabalhos começaram. Os voluntários já catalogaram mais de 200 itens museológicos e mais de mil edições de jornais e revistas locais, incluindo Ilha Notícias, Jornal AMIG, Jornal LIR, Ilha Repórter, O Globo Ilha e Revista Rotary Club.
Atualmente, o projeto é coordenado por Deolinda Avellar, Jaime Moraes, Caio Tenório, Juberto Santos e Sérgio Ricardo Potiguara. Eles contam com o apoio de uma equipe dedicada de pesquisadores voluntários: Marcus Ferreira, Camila Cerqueira, Kurt Celjar, Daniele Pecorella, Nathália Andrade, Rodrigo Milagres, Vinícius Cunha, Luiz Cândido, Manuela Storino, Vitor Ayres, Emily Carvalho e Phillipe Souza.
— Queremos um museu vivo, com a cara da Ilha. Um espaço de todos, onde a nossa memória não apenas seja guardada, mas celebrada, estudada e compartilhada – afirma Juberto, um dos coordenadores.
O Museu Insulano mantém parcerias com o Movimento Baía Viva e o projeto Rolé da Ilha, além de ser reconhecido como membro da Rede de Museologia Social do Estado do Rio de Janeiro (Remus-RJ). Com o avanço dos trabalhos, o grupo agora busca o reconhecimento oficial do CRHIG como um acervo público, além da cessão de um espaço físico permanente para instalação do museu. A proposta é que esse espaço sirva como referência para a preservação da história insulana e também como centro de encontro e construção coletiva com a comunidade.
A luta pelo Museu da Ilha continua, movida por memória, resistência e, sobretudo, pertencimento.