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Preço das passagens das barcas aumenta

Concessionária das barcas culpa governo do Estado por omissão


26/02/2021 - Edição 2030

A estação das barcas já teve grande movimento quando havia mais horários
A estação das barcas já teve grande movimento quando havia mais horários

O sistema de transporte de passageiros pelas barcas continua sendo uma enorme dor de cabeça para os usuários pela incapacidade da empresa CCR Barcas, que administra o serviço, de ofertar horários flexíveis que atendam de fato a demanda da população. Além disso, o preço da passagem recebeu mais um reajuste, que pegou de surpresa a população, já que não vem acompanhado de melhorias.

Os passageiros alegam que a concessionária está impondo horários incompatíveis com a demanda de maneira proposital para que sirva de argumento na briga que já dura anos, entre o governo do Estado e a empresa, que alega sofrer com prejuízos desde a assinatura do contrato da concessão, em 1998. Além do baixo número de viagens, restritas aos dias úteis, atualmente apenas um catamarã é disponibilizado para fazer o trajeto entre a Ilha e o Centro da cidade. O preço da passagem que era de R$ 6,50, aumentou para R$ 6,90.

– A barca da Ilha é sempre a mais antiga, a pior em estado de conservação. O serviço de limpeza inexiste e em um momento de pandemia, como o que vivemos, é um grande risco. Eles não possuem responsabilidade alguma com a manutenção. A CCR Barcas faz de tudo para a experiência do usuário seja a pior possível desde a demora no trajeto até a viagem em si - comenta o usuário Maurício Fontenele, morador do Tauá e que trabalha no Centro do Rio.

Uma Comissão de Transportes foi instalada na Assembleia Legislativa do Rio com o objetivo de reunir os termos do contrato de concessão e apurar as obrigações da CCR com a população. O insulano Mauro Santana, de 46 anos, também usuário das barcas, afirma que caso tivesse um investimento sério no sistema aquaviário, a preferência do insulano para se deslocar voltaria a ser pela Baía de Guanabara.

– No mundo ideal, a melhor alternativa para o deslocamento é explorar com inteligência as águas que nos cercam. Mas isso parece ser uma ideia impossível no cenário e pelo serviço que é ofertado. Usar a Baía seria uma forma de evitar até mesmo um impacto maior no trânsito da Ilha. Uma pena que nós, usuários, tenhamos que ficar largado à própria sorte – conta Mauro.

Em nota, a concessionária alega que, devido à pandemia, atualmente trabalha com uma queda de 80% de passageiros no trajeto, ou seja, de uma média diária de 2 mil caiu para 240 passageiros por turno. A CCR concorda que o atual contrato não atende às necessidades da sociedade, da concessionária e do Governo Estadual, mas diz que o Estado continua paralisado e não toma uma atitude para que este quadro seja revertido e o serviço restabelecido com a qualidade que a população merece.